terça-feira, 9 de dezembro de 2008

CINE SESC COM CUFA NO BAIRRO GERMANO HENKE, NESTA QUINTA, DIA 11



Apresentação CINE SESC COM CUFA NO BAIRRO GERMANO HENKE

Esta é a realização da segunda apresentação do CINE SESC COM CUFA ,a primeira ocorreu no bairro Aeroclube, que tem a proposta de levar cinema para os bairros, o SESC e a CUFA estarão levando filmes a associações de bairros, escolas, etc...
proporcionando momentos de lazer, instigando o interesse por diferentes formas de arte, formação de público crítico de cinema, apresentação de filmes conceituados que não são comuns nas salas convencionais.

CINE SESC COM CUFA no BAIRRO GERMANO HENKE
DIA: 11/12/2008
LOCAL: ONG ANJO DE LUZ
Horários: 9h e 14h
ASSOCIAÇÃO DO BAIRRO
Horário: 20 h



SESSÃO MANHÃ e TARDE:

Anima Mundi Brasil"!

São filmes de curta metragem, em diversos temas e técnicas de
animação, com programas para faixas etárias variadas.
Com O Melhor do Anima Mundi Brasil, o CINE SESC COM CUFA
propicia uma visão ampla da produção atual no país, através de
trabalhos nacionais de maior destaque nas edições do Festival
Internacional de Animação do Brasil, selecionados pela equipe do
próprio Anima Mundi.



SESSÃO DA NOITE



Janela da Alma
Os diretores João Jardim e Walter Carvalho fazem uma análise sobre a importância do olhar para quem possui problemas de visão.



Ficha Técnica
Título Original: Janela da Alma
Gênero: Documentário
Tempo de Duração: 73 minutos
Ano de Lançamento (Brasil): 2002
Estúdio: Ravina Filmes
Distribuição: Copacabana Filmes
Direção: João Jardim e Walter Carvalho
Roteiro: João Jardim
Produção: Flávio R. Tambellini
Música: José Miguel Wisnick
Fotografia: Walter Carvalho
Edição: Karen Harley e João Jardim


Elenco
José Saramago
Wim Wenders
Hermeto Pascoal
Antônio Cícero
Paulo Cezar Lopes
Agnes Varda
Marieta Severo
Eugen Bavcar
Hanna Shygulla
Carmella Gross
João Ubaldo Ribeiro
Walter Lima Jr.
Oliver Sacks
Manoel de Barros
Arnaldo Godoy
Madalena Godoy
Marjut Rimminen



Sinopse
Dezenove pessoas com diferentes graus de deficiência visual, da miopia discreta à cegueira total, falam como se vêem, como vêem os outros e como percebem o mundo. O escritor e prêmio Nobel José Saramago, o músico Hermeto Paschoal, o cineasta Wim Wenders, o fotógrafo cego franco-esloveno Evgen Bavcar, o neurologista Oliver Sacks, a atriz Marieta Severo, o vereador cego Arnaldo Godoy, entre outros, fazem revelações pessoais e inesperadas sobre vários aspectos relativos à visão: o funcionamento fisiológico do olho, o uso de óculos e suas implicações sobre a personalidade, o significado de ver ou não ver em um mundo saturado de imagens e também a importância das emoções como elemento transformador da realidade ­ se é que ela é a mesma para todos.

CENTRAL ÚNICA DAS FAVELAS NO LANÇAMENTO DA 1ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA






A Central Única das Favelas esteve presente no Lançamento da 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública, no Palácio do Planalto, no dia 09 de dezembro de 2008. Um evento que contou com a presença dos Ministros Tarso Genro e Dilma Roussef, vária autoridades militares e governamentais e o representante da Sociedade Civil e Presidente de Honra da Central Única das Favelas, Mv Bill.
O programa que tem investimento de mais de 50 % do orçamento do Ministério da Justiça para a Segurança Pública com transversalidade nos Direitos Humanos, pensa na mudança da estrutura da segurança com prudência, sensatez, porém muita ousadia. Em uma expressão mais filosófica "É um portal que se abre nesta geração - a oportunidade da criação de uma ambiência saudável"
Em sua explanação, Mv Bill lembrou dois episódios que o incentivam na luta pela reconstrução das entidades militares, governo e familiar: O primeiro, aos seus 14 anos no dia em que comemoravam os 100 anos da abolição da escravatura. Aparecia no jornal uma foto com 14 homens sendo amarrados por policiais como na época da escravidão, e a outra, os processos que a dupla (Celso Athayde e MV Bill) respondem até hoje por apologia ao crime e associação ao tráfico. Resquícios ainda da autoria na produção do documentário Falcão Meninos do Tráfico, um trabalho reconhecido internacionalmente como um marco no avanço da problemática da violência, porém no Brasil a compreensão não é a mesma.
O Ministro da Justiça, Tarso Genro, que assumiu o ministério com a incumbência de fazer um pacto com os governos estaduais para desenvolver um programa nacional de segurança pública, conta com o apoio dos ministros do Planejamento, Fazenda e Casa Civil, e diz que este programa será muito mais que uma manutenção de recursos, será um aporte inédito para a segurança.
Estiveram presentes também no evento Celso e Marilza Athayde, Jane Carvalho, Manoel Soares e toda a base da CUFA no DF.


Central Única das Favelas do Distrito Federal
Cláudia Maciel -
Jornalista -
Assessora de Imprensa e Comunicação Cufa DF/ Nostramamos

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Consumo de crack atinge mais de 3% e vira epidemia na cidade




Montenegro vive epidemia por uso de "Crack"

Adreane Becker



No Retiro Comunitário de Reabilitação Ocupacional, internos são submetidos a um trabalho de conscientização

A epidemia de crack que assola o Rio Grande do Sul se faz sentir também em Montenegro. Conforme uma pesquisa realizada pela Central Única das Favelas (Cufa), em 17 bairros da cidade, a droga que mata mais do que qualquer outra e afunda os dependentes na degradação moral e no crime tem 1.111 usuários. De acordo com o coordenador da Cufa em Montenegro, Rogério Santos, foram entrevistadas 820 pessoas entre setembro e outubro deste ano.

Na realização do levantamento, os moradores foram questionados sobre a existência de grupos de usuários de crack nas imediações de suas residências. "Não saímos perguntando para os indivíduos se usam crack. Fizemos um trabalho de investigação entre a população", conta Santos.

Até o dia 30 de setembro, havia 551 pacientes cadastrados no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Montenegro. Desses, 226 são usuários de drogas, 105 são dependentes do álcool e 220 sofrem de transtornos mentais. Segundo a coordenadora do Caps, psicóloga Jaqueline Porto, a maioria absoluta dos usuários de drogas é viciada em crack. "O secretário estadual da Saúde, Osmar Terra, já declarou que existe uma epidemia de crack no Estado", enfatiza Jaqueline.

Santos explica que, quando o percentual de usuários de crack ultrapassa 3% da população, caracteriza então uma epidemia. E a pesquisa em Montengro revela que, nos bairros Aeroclube, Ferroviário, Centenário, Industrial, Germano Henke, Panorama, Tanac e Municipal, os viciados na droga são mais de 3% dos moradores. A situação mais grave ocorre no Industrial, onde o índice é de 9,61%.

O Câncer da criminalidade montenegrina
A situação no município é tão grave, que o comandante da 1ª Companhia do Batalhão de Polícia Militar (BPM), capitão Oscar Bessi Filho, afirma que o crack é "o Câncer da criminalidade em Montenegro". Segundo ele, arrombamentos, furtos simples e qualificados, assaltos a pedestres e comércio ilegal de produtos diversos são praticados por dependentes dessa poderosa droga. "O usuário se entrega à delinqüência. A Brigada Militar tem extremo interesse em combater o uso dessa droga", alerta. O capitão exemplifica o absurdo da situação no município ao citar o caso de um homem que recentemente foi pego tentando trocar roupas de bebê por pedras de crack.

Para tentar amenizar a situação, a Cufa trabalha com inclusão social na periferia e atua em Montenegro desde o último dia 7 de setembro. Rogério Santos explica que a organização tem o dever de inteirar-se sobre os principais problemas da comunidade, e foi assim que se constatou ser o consumo do crack um grande mal no município. A entidade procurou o secretário municipal de Saúde e Ação Social, Romeu Kirch, que indicou o Caps como o serviço de saúde apropriado para que se realizasse um trabalho conjunto.

Assim, a Cufa juntou-se ao Caps, por meio de sua coordenadora, a psicóloga Jaqueline Porto. A organização popular e o serviço de saúde estão trabalhando na deflagração de uma campanha de combate ao uso do crack. Para isso, realizam reuniões periódicas com integrantes do Conselho Tutelar, da Brigada Militar, do Grupo Vida Feliz e agentes de saúde. "Queremos agregar mais entidades à nossa luta, como o Poder Judiciário e o empresariado", diz Santos. "Precisamos realizar um trabalho em rede", reitera Jaqueline.

Ainda, ela acredita no aumento do número de moradores de rua, já que muitos usuários da droga são rejeitados pelas famílias. Eles então procuram o Caps não apenas em busca de tratamento, mas de um lugar para dormir, de alimentação e da reconciliação. Santos diz que a campanha a ser deflagrada não deverá espalhar o pavor entre a população, mas conscientizar as pessoas, num trabalho a longo prazo.

90% dos internos do Recreo são usuários
Raros no começo desta década, os usuários de crack são hoje a maioria dos internados no Retiro Comunitário de Reabilitação Ocupacional (Recreo). Dos cerca de 100 internos, 90% são usuários da droga. Os 10% restantes são viciados em álcool, cocaína e tranqüilizantes. O orientador David Ferreira Santos Filho conta que a idade dos usuários de crack varia entre 14 e 45 anos e que eles pertencem a todas as classes sociais – "do mais pobre ao mais rico".

De acordo com David, eles chegam à entidade desidratados, extremamente magros e ansiosos, já que fazem uso diário do crack. Ele constatou que pessoas que usavam cocaína injetável passaram para o crack, que é mais satisfatório e proporciona um prazer mais imediato. Conforme o orientador do Recreo, não é possível usar o crack sem se viciar.

A recuperação é difícil. Quem procura o Retiro é submetido a um trabalho de conscientização e realiza o tratamento durante nove meses. "Não podemos dizer que, após esse período, os dependentes estão curados, mas eles saem daqui com uma concepção diferente da vida", diz David. A partir do sexto mês de internação, eles passam períodos em suas residências. No sétimo, permanecem por 10 dias em casa e, no oitavo, 15 dias. O tratamento se encerra no nono mês, mas os dependentes fazem acompanhamento em grupos como os Alcoólicos Anônimos (AA).

David conta que há pessoas internadas por ordem judicial, cujas famílias estão completamente desestruturadas. Nesses casos, os dependentes são atendidos por médicos, que receitam medicamentos juntamente com o tratamento terapêutico oferecido pelo Recreo. "É o processo de ressocialização que cura", diz o orientador, contando que muitos dos usuários de crack perdem o emprego e vendem tudo o que possuem, até os móveis e a comida que têm em casa.

Assaltos a ônibus para sustentar o vício
João* tem 20 anos e está internado no Recreo há cinco meses. Ele decidiu pela internação porque deseja se recuperar e percebeu que sozinho não conseguiria. Aos 17 anos, o jovem começou a usar maconha misturada com crack, o "pitico". Em seguida, passou a fumar somente crack. Ele trabalhava como garçom em uma pizzaria, mas perdeu o emprego por causa da droga. Então, moveu uma ação judicial contra o empregador a fim de conseguir dinheiro para se drogar. Dos R$ 3.000,00 que recebeu como indenização, gastou R$ 2.000,00 com o crack.

"Não há dinheiro que chegue", conta João, revelando que chegou a assaltar ônibus para sustentar o vício. Ele praticou cerca de dez assaltos a coletivos, sempre junto com um grupo de amigos. Conta que não usavam armas, sendo os assaltos praticados só "no caô". Num dia em que não participou do assalto, aconteceu de seus amigos serem presos pela polícia. Ele ficou apavorado com a prisão dos comparsas e decidiu parar de assaltar e deixar de conviver com essas companhias.

Nessa época, ele já havia trocado o dia pela noite, estava muito magro e dormia muito pouco. "Eu estava virado num zumbi", compara. O interno revela que não suportava mais viver daquela forma, e que por isso os primeiros dias no Recreo não foram tão difíceis. "Eu quero muito me livrar do crack. Desde que estou aqui não tive vontade de usar a droga, mas tenho medo de sair daqui e voltar a usar", desabafa João. No próximo dia 24 de dezembro, ele sairá do Retiro e fará visita de uma semana à sua família.
*Nome fictício

O barato que sai caro
O crack é uma droga relativamente barata, mas que se torna cara pelo tamanho do mal que causa. Com R$ 5,00, compra-se uma pedra, que satisfaz o usuário por cerca de 15 minutos. Ao prazer intenso e efêmero, segue-se a urgência da repetição: em seguida ele quer usar novamente, chegando a gastar R$ 300,00 numa noite.

Apreensões de crack aumentaram 165%
De janeiro a agosto deste ano, as apreensões de crack em Montenegro aumentaram 165% em relação aos primeiros oito meses de 2007. Foram apreendidos 287 gramas da droga (575 pedras). Segundo as autoridades policiais, as ondas de assalto e furto em estabelecimentos comerciais e residências têm relação direta com a droga.

A delinqüência tornou-se indissociável do vício, e o impacto sobre a violência é avassalador. Não há dependente de crack sem relatos de brutalidade e morte de amigos. Conforme o delegado regional de Polícia, Ciríaco da Costa Caetano Filho, não resta dúvida de que a maioria dos pequenos delitos, como furtos, são praticados por usuários de crack ávidos por comprar algumas pedras da droga.

Droga chega ao cérebro em segundos
O crack é feito com o que sobra do refinamento da merla (que é o resto do refinamento da cocaína), misturada a bicarbonato de sódio. Para serem consumidas, as pedras são colocadas num cachimbo improvisado e queimadas, emitindo pequenos estalos – daí o nome "crack".

A droga provoca efeito semelhante e é tão potente quanto a cocaína injetada. Ao ser fumado, o crack atinge os pulmões e entra na corrente sangüínea instantaneamente, chegando ao cérebro em poucos segundos. Então bloqueia a absorção natural da dopamina, o neurotransmissor que dispara no cérebro a sensação de prazer. Com excesso da substância entre os neurônios, surge uma sensação imensa de euforia e onipotência. Quando o efeito passa, vem a Depressão.

Cufa presente em 27 estados brasileiros
A Central Única das Favelas (Cufa) é uma organização nacional formada a partir de reuniões entre jovens de várias favelas do Rio de Janeiro, que buscavam espaço na cidade para expressar suas atitudes e questionamentos. Em 1998, eles fundaram a Cufa. A metodologia da organização é baseada no conceito de Fair Trade (trabalho em rede). Hoje, em 27 estados, existem unidades da Cufa, totalizando cerca de 80 bases de trabalho nas periferias do Brasil. No Rio Grande do Sul, a organização foi fundada em novembro de 2005. Em Montenegro, a Cufa iniciou seus trabalhos no dia 7 de setembro deste ano, e possui projetos nas áreas de esporte e cultura.




Pesquisa realizada pela Cufa/Montenegro entre os meses setembro e outubro/2008
BAIRRO Nº DE USUÁRIOS HABITANTES PERCENTUAL
Aeroclube 120 1395 8,60%
Santa Rita 70 3142 2,22%
São Paulo 50 3356 1,48%
Progresso 35 1512 2,31%
Ferroviário 145 2719 5,33%
São João 20 2208 0,90%
Centenário 90 1644 5,47%
Industrial 170 1768 9,61%
G. Henke 80 1530 5,22%
Bela Vista 65 2638 2,46%
Centro 50 5240 0,95%
Panorama 56 1098 5,10%
Tanac 25 364 6,86%
S. Antônio 40 3114 1,28%
Timbaúva 20 2786 0,71%
Municipal 30 915 3,27%
Rui Barbosa 45 2858 1,57%
Obs.: Essa pesquisa não tem base científica.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

OS REIS DA RUA , CONFIRA O SITE: www.reisdarua.com.br


REIS DA RUA


Em 2001, a CUFA começou sua movimentação de campeonatos de Basquete de Rua através do Hutúz, evento mais importante de Hip Hop do País. Em seguida, iniciou a massificação desta prática em todo o Brasil, o que a levou à criação de um manual de regras para organizar o esporte.

Este era o prenúncio de uma ação que superaria o período de uma febre passageira. Hoje, a LIBBRA está estabelecida como campeonato nas 27 Unidades Federativas do País, e seus participantes – de ambos os sexos – não se limitam a guetos e favelas, mas estão em toda parte, entre todos os jovens, demonstrando que a união da juventude é uma das mais eficazes formas de integração social.

O primeiro evento logo após a formação dos "Reis da Rua" será o "Desafio Internacional de Basquete de Rua", promovido uma vez por ano, com transmissão ao vivo pela Rede Globo de Televisão, como parte integrante do projeto "Esporte de Verão".

Deste modo, fica entendido que Reis da Rua não é apenas o nome do evento, mas também da seleção a ser formada pelos 20 atletas que se destacaram dentre os milhares que participaram das seletivas estaduais e do campeonato nacional de Basquete de Rua na temporada de 2008.

Cinqüenta concorrentes foram pré-selecionados pela comissão técnica da LIBBRA, árbitros, torcedores e jogadores, e neste dia 22 de novembro estão sendo apresentados ao público para a votação popular no site oficial do evento, quando este terá direito de votar em seus preferidos do ano.

A proposta é que haja um rodízio anual entre os jogadores, para que o público escolha, a cada temporada, aqueles que serão os seus representantes das ruas.

Com o Basquete de Rua oferecemos mais que esporte de participação: produzimos cidadania e assim fomentamos a renovação e o equilíbrio social, utilizando-nos desta modalidade esportiva como ferramenta eficaz de inserção social.



O Basquete de Rua do Brasil e o Mundial



Tudo começou em um belo dia, ou melhor, em uma bela noite de Hip Hop no Armazém 05, mais precisamente no Cais do Porto, Centro do Rio, em uma manifestação pública espontânea. Vários “malucos” se apropriaram de uma cesta de lixo do evento, em 2001, e armaram seu jogo de basquete. Para a CUFA (Central Única das Favelas) não havia alternativa se não organizar e transformar essa brincadeira num dos maiores acontecimentos esportivos e alternativos de que se tem notícia. Lógico que o Hip Hop é o fio condutor da LIBBRA (Liga Brasileira de Basquete de Rua), afinal foi dentro de um evento de Hip Hop que tudo começou!

A partir de 2002, a rapper Nega Gizza – que coordena os eventos alternativos do Hutúz e é a Presidente da LIBBRA – resolveu incorporar a brincadeira ao evento, criando assim o primeiro Campeonato Carioca de Basquete de Rua, um evento que não parou mais de crescer. A CUFA não parou por aí e tornou obrigatória a prática do Basquete de Rua em todos os seus eventos. Fez com que a prática fosse desenvolvida em todas as bases sociais da Instituição, em todos os Estados e, por fim, transformou a modalidade no quinto elemento do Hip Hop.

Em 2004, faltou espaço para a prática do esporte, tamanha a popularidade que alcançou o torneio. Assim, para fazer jus e atender a essa expectativa, a CUFA resolveu ampliar essa manifestação e criar a LIBBRA, que passou a fazer parte do calendário nacional, bem como do calendário oficial dos Jogos Pan-Americanos, disputados no Rio de Janeiro em 2007. Mas a CUFA queria mais, desejava fazer um campeonato literalmente na rua, nem que para isso tivesse que criar um modelo alternativo e próprio, uma regra própria (Leia o Manual de Basquete de Rua), um modelo que atendesse as necessidades que o espaço físico impunha.

Restava à Central Única das Favelas reunir os maiores nomes praticantes do esporte para discutir de que maneira se poderia adaptar o Hutúz Basquete de Rua, tornando-o disputável nas ruas do Rio de Janeiro com a presença das equipes de outros Estados. Chegou-se a um novo modelo, nunca antes experimentado: o 4x4 com duas cestas daria maior velocidade, dinâmica e, por fim, emoção ao espetáculo. Tiro e queda. Sucesso total!!

E esse sucesso hoje é reconhecido por todas as esferas esportivas e sociais do País, e como era previsto pelo próprio espírito da instituição, para 2009, a CUFA anuncia outros vôos: o próximo desafio é sediar o primeiro Mundial de Basquete de Rua aqui no BRASIL.

Mais uma vez, contamos com você.

Fique por perto e se mantenha informado.
CONFIRA O SITE: www.reisdarua.com.br

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

PARA NÃO DIZER QUE FALEI DO DIA 20 DE NOVEMBRO


Nos cursos superiores, nas escolas particulares, nas melhores posições profissionais, nos restaurantes, nos melhores bairros, negro ainda são minoria. Em compensação, encontram-se em maioria nas celas das cadeias, nos subempregos, nos cargos menos elevados, nos bairros da periferia, nas escolas de piores condições. Tudo isso ainda é o reflexo de um tempo em que escravos eram considerados seres sem alma, vendidos nos mercados públicos. Desde o dia 14 de maio 1888, um dia depois que a liberdade foi oficialmente concedida a todas as mulheres e homens negros do Brasil – a última abolição de todo o planeta -, a distancia na sociedade entre negros e brancos só vem aumentando no que diz respeito a desenvolvimento humano, educação, saúde, violência e habitação.
Ao longo de novembro, mês da Consciência Negra, pesquisas são divulgadas e análises são feitas, comprovando aquilo que muitos não querem – ou não conseguem – ver: negros e brancos não vivem no mesmo país. De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano Brasil 2005 – Racismo, Pobreza e Violência, lançado em São Paulo pelo PNUD, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, se os negros brasileiros formassem um país, ele ocuparia a 105ª posição no ranking mundial que mede o desenvolvimento social, enquanto o “Brasil branco” seria 44º. A diferença é de 61 posições. É como se brancos vivessem nas Ilhas Seychelles, e os pretos e pardos, na Argélia.
A análise dos dados elaborada pelo PNUD revela, de fato, que as notícias não são boas para os negros: a diferença de escolaridade entre brancos e negros com mais de 25 anos passou de 1,7 anos, em 1960, para 2,1 anos em 2000. A proporção de adolescentes negros cursando o ensino médio em 2000 era inferior à adolescentes brancos no mesmo nível de ensino em 1991. Já os homens negros são os mais prejudicados no que diz respeito à esperança de vida, em boa parte porque nas últimas décadas foram particularmente atingidos pelo aumento da violência. Em 2000, a proporção de negros que viviam em favelas, palafitas e assemelhados era quase o dobro da de brancos. Estudos apontam que os negros são as maiores vítimas não só dos, mas também da instituição que deveria proteger o cidadão: polícia. De acordo com o Censo de 2000, a probabilidade de um adulto preto estar na cadeia é quase quatro vezes a de um adulto branco.
Por isso, um jovem negro não deve ter vergonha da política de cotas porque todos os demais grupos já receberam as suas devidas ações afirmativas. O escândalo não é ter investido nos imigrantes, mas não ter investido nos negros, que já vinham construindo o Brasil há 300 anos.
Quanto ao dia 20 de novembro, tenho a certeza que não é só nesse dia que devemos lembrar-nos da Consciência Negra. Esse deve ser um exercício durante os 365 dias do ano, quando se mata um leão por dia para sobreviver. Esse dia é uma celebração porque nos outros 364 dias do ano estamos quebrando barreiras. Salve Roberto Santos! Salve professora Elisabeth! Salve Vera Quadros! Salve Clori Ferraz! Negros que fizeram e fazem parte da nova história negra Montenegrina.

Rogério Santos – negro, jornalista com mestrado em sociologia pela UFRGS
Coordenador CUFA/RS - MONTENEGRO

terça-feira, 18 de novembro de 2008

FLAVIANE DO BAIRRO GERMANO HENKE REPRESENTARÁ CUFA/RS EM BAILE DE DEBUTANTES



Flaviane, 14 anos de idade, moradora do bairro Germano Henke, periferia de Montenegro/RS, representará a CUFA/RS, no baile das debutantes da Sociedade Floresta Montenegrina. Flaviane que participa da oficina de dança desenvolvida pela CUFA em parceria com a ONG Anjo de Luz, tinha como sonho de participar de um baile de debutantes, que está sendo viabilizado pela CUFA/RS.
A CUFA deseja toda a felicidade a Flaviane...

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

A CUFA PARABENIZA O NOVO PRESIDENTE DOS EUA, Sr. BARACK OBAMA

A CUFA parabeniza o novo presidente dos Estados Unidos, Sr. Barack Obama

Mais uma vez, a participação popular e a vontade de mudança fizeram a diferença


Num país onde a população negra chega a apenas 12,8% dos cidadãos, pela primeira vez na História, um presidente afro-americano foi eleito, e com maioria absoluta de votos. Tendo concorrido pelo Partido Democrata, Obama conseguiu chegar à liderança de uma das maiores potências mundiais com a promessa de mudança sociais, e provavelmente essas mudanças terão reflexo em todo o globo terrestre.
Assim, a CUFA saúda Barack Obama e a ele deseja um mandato tranqüilo, com sabedoria e paz.


Parabéns, povo norte-americano. Parabéns, Mãe África.
Central Única das Favelas

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

QUESTÃO DE RESPEITO

A Central Única das Favelas, Cufa, vem por meio desta, informar a quem possa interessar, que a coordenadora do Núcleo Maria Maria, da Central Única das Favelas – Cufa, de Salvador (BA), Ítala Herta, foi vítima de agressão policial no último sábado (25) enquanto voltava de um evento rumo ao Bairro da Boca do Rio, localizado na periferia da cidade. A agressão foi ocasionada por uma atitude, no mínimo impensada, do taxista que conduzia Ítala e mais dois amigos.

Sem qualquer motivo aparente, o taxista Cezar Augusto da Silva Purificação chamou a polícia suspeitando ser assaltado. Os policiais, por sua vez agrediram a moça e seus colegas física e moralmente, mesmo após comprovarem que não ofereciam risco algum.

A Cufa lamenta o ocorrido, não apenas por ter uma de suas integrantes envolvidas no caso, mas pelo estado de insegurança instaurado, que leva cidadãos a viverem apavorados e agirem inconscientemente, que leva a polícia a agredir antes de averiguar os fatos, que leva centenas de moradores das favelas a serem constantemente violentados em sua integridade moral e física, mesmo sem motivo aparente.

Muito mais que lamentar, a Cufa trabalha incansavelmente a fim de transformar a realidade das favelas brasileiras. Para isso, conta com parceiros como a Polícia Comunitária no desenvolvimento de ações de prevenção ao crime e à marginalidade. Tudo isso para que todos os cidadãos de bem possam ter seus direitos respeitados e sua dignidade garantida.

Segue abaixo o depoimento de Ítala Herta sobre o acontecido na madrugada do dia 25:

Era 00h30min de sábado quando falei para Henrique e Saturnino, dois amigos que me acompanhavam em um evento que estava ocorrendo no Centro Histórico de Salvador (Pelourinho), que queria ir embora, pois estava cansada. Fomos. Destino? O Bairro da Boca do Rio. Como todos os três moram próximos, decidimos dividir um táxi "amenizaria os ricos de sermos confundidos ou assaltados" (pensávamos). Ainda na saída do Pelô encontrei minha tia (Nelma Suely), meu tio (Wilson Freitas) e o meu primo (Rafael Melo) e recusei o convite de ir para o ensaio do Ilê Ayê no bairro da Liberdade, reforçando a afirmação anterior de querer ir logo para casa. Cumprimentamos-nos, eles entraram no carro e eu e os meus dois amigos continuamos andando em direção à Praça da Sé onde solicitamos o serviço de táxi do Cezar Augusto da Silva Purificação. Ainda no meio do caminho, o carro do meu tio acompanhava o táxi, nos cumprimentamos de longe, tudo parecia muito tranqüilo dentro do carro, a conversávamos sobre o final da noite, o evento, o lugar por onde passávamos.

Chegando ao início da ladeira da Fonte Nova o taxista parou o carro alegando que uma das portas se encontrava aberta. Abrir e fechei minha porta e pedi aos outros que conferissem as outras portas, todos disseram "não tem nenhuma porta aberta!", eu complementei: ”por favor, taxista leve o carro adiante pois tenho medo de assalto". Olhando pelo retrovisor ele ligou a lanterna do carro sinalizando algo, nenhum dos três entendia o motivo dele ter parado naquele local àquela hora. Nesse mesmo momento, ainda com o carro parado, Cezar Augusto começou a gritar e a se debater dentro do carro. De maneira muito rápida, travou as portas do carro com os três dentro e saiu do carro gritando e afirmando que era um assalto, que eu e mais os meus dois amigos éramos assaltantes! Nesse exato momento uma viatura da Policia Civil, pela qual nos tínhamos passado sem perceber antes da ladeira, atendeu aos sinais e acusações do taxista.

Com armas em punho, os policiais gritavam e mandavam todos deitarem no chão. Eu e os meus amigos, desesperados com os gritos e as acusações do taxista diante da policia, saímos pela única porta aberta do táxi. Nesse momento eu cair com a cara no chão. Os meninos já estavam rendidos. Eu me levantei, desesperada e com a roupa ensangüentada, pedindo para que os policiais não atirassem, afirmando que éramos inocentes, que a abordagem deles era ilegal, um dos policiais pegou no meu braço me jogou no chão e em voz alta e com arma apontada para minha cabeça falou:" cala boca sua puta!, ilegal o quê sua vagabunda?" Me viraram de costa. No chão e com a cara no asfalto, rendida, começaram a me revistar, levantaram minha blusa procurando a arma, abaixaram a roupa de Saturnino. Henrique, também rendido pelos os policiais clamava para nenhuma daquelas armas disparar contra nós.

Lembra do meu tio? Deus que o colocou no nosso caminho, atendendo ao pedido do meu primo que reconheceu que o táxi parado era o meu, eles pararam o carro a alguns metros de distância e subiram a ladeira correndo gritando pelo o meu nome pedindo para não atirar, pois eram pessoas inocentes que se encontravam no chão. Minha tia, já pensava o pior ao me ver no chão ensangüentada.

Ainda no chão, os três, humilhados e rendidos, olhavam para o taxista, que a essa altura tinha se tocado na atrocidade que havia cometido. Mesmo assim, fomos interrogados no local e encaminhados (e não acompanhados) à delegacia, o que se significa que a vitima não era Ítala, Saturnino e Henrique, mas sim o taxista!

Levei cinco pontos no queixo e ainda estou com hematomas no meu corpo. Na delegacia, fizeram meus amigos mostrar se realmente tinham dinheiro para pagar o serviço de taxi. Tentaram nos coagir, um deles afirmando conhecer o Henrique de algum lugar. Enquanto eu reivindicava nossos direitos, outro policial me mandavaeu sair da frente e me sentar bem longe de suas vistas. Justificavam que o Cezar Augusto era um trabalhador assustado, vitima de assalto por três vezes.

Este é apenas um retrato da violência que atinge milhares de cidadãos brasileiros. Um relato que se repete todos os dias em cada periferia. Um quadro que a Cufa, ao lado de seus parceiros, luta para mudar e acredita que um dia será diferente.



Danillo Bitencurt - Presidente Nacional ( cufa BA )

Kalyne - Vice Presidente Nacional ( cufa PB )

Naga Gizza - Coordenacao de nucleo - Cufa Madureira - Rio

MV Bill - Diretor Institucional _ Cufa Cidade de Deus

terça-feira, 28 de outubro de 2008

domingo, 26 de outubro de 2008

OFICINA PRONASCI/CUFA RECEBE TARSO GENRO, MINISTRO DA JUSTIÇA





Por Kátia Drumond (Cufa PR) e Alisson Almeida (Cufa RN)

A Cufa recebeu esta manhã a visita do ministro da Justiça, Tarso Genro, que participou do último dia do Encontro Pronasci/Cufa. Celso Athayde apresentou o ministro como “parceiro” da Central Única das Favelas e “fundamental” para a construção do projeto “Os Invisíveis”, que, como o próprio nome indica, visa resgatar uma parcela da sociedade historicamente deixada de lado do processo da cidadania. Segundo Athayde, o momento da Oficina Pronasci/Cufa é a oportunidade de jogar luz nas ações da instituição realizadas nas comunidades.

“Esta oficina tem sido um marco para a nossa instituição. Em toda a minha vida no movimento social nunca tive a oportunidade de passar dias tão emocionantes e importantes como estes vividos aqui em Brasília. Isso se deve à compreensão e entendimento do poder público e da sociedade civil da nossa individualidade e independência enquanto movimento social”.

Celso convidou os coordenadores das Cufas do Ceará e do Amapá, Zezé e Alzira Silva, respectivamente, para falarem sobre os pontos principais do projeto que está sendo construído nesta Oficina Pronasci/Cufa.


Cufa apresenta projeto ao ministro da Justiça

Zezé apresentou a proposta e objetivos do projeto “Os Invisíveis”, situado a partir de uma leitura histórica do desenvolvimento do Brasil enquanto nação e sua configuração atual de sociedade, que se constitui num modelo de exclusão implantado desde o descobrimento, cujo processo foi marcado pelo extermínio das populações indígenas e do tráfico de negros, reproduzido até hoje como sistema de exclusão destas populações na sociedade civil.

“O fato de sermos ex-invisíveis nos credencia a fazer a mediação de acesso do Pronasci com as comunidades aonde o programa vai atuar”, afirma Zezé.

O projeto trata ainda sobre um novo olhar para o comportamento juvenil, como sinalização de promover sua auto-afirmação. “Quando um jovem entra no crime, ele quer ter condições de se auto-afirmar através de uma lógica mais simbólica”, acrescenta Zezé.

O coordenador cearense concluiu sua fala dizendo que “o nosso desafio é construir através deste projeto a aproximação deste jovem invisível”. Zezé explicou que uma das propostas do projeto é construir um prêmio para reconhecer as habilidades dos jovens e, a partir disso, construir uma “visibilidade positiva”, dando, ao mesmo tempo, um enfoque não estigmatizado à sua comunidade.

Alzira classificou o projeto como “um marco”, pois “sintetiza uma técnica social que a Cufa já construiu e desenvolveu ao longo dos seus 10 anos de atividade”. “Agora”, acrescentou, “esta técnica está a serviço do Estado”.

Através deste projeto, a Cufa “traz à cena sujeitos políticos coletivos que sempre estiveram ausentes da cena política brasileira, contribuindo para a mediação de acesso dos jovens aos territórios livres de cidadania”.
Outro conceito importante que norteia o projeto é o da “re-significação do espaço da favela”, atualmente conhecido como espaço do medo, mas que pode vir a ser conhecido pela sua cultura.




O ministro da Justiça, Tarso Genro, falou do significado da Cufa, de sua importância política para o Brasil e da importância deste evento para a estratégia de segurança nacional no Pronasci.

Para contribuir com a nossa reflexão o ministro fez uma breve explanação histórica partindo da constituição de 1988, momento em que vivemos um marco no processo político e que começamos a desenvolver uma revolução democrática do ponto de vista pacífico, que abre a perspectiva de evolução política de novos protagonistas. “Essa não é uma conquista meramente formal e sim uma radicalização da democracia”.

Hoje, as fronteiras econômicas, políticas e culturais estão diluídas pela globalização e não há nenhuma grande questão dos movimentos socias atualmente que não seja também uma questão local, nacional e mundial ao mesmo tempo, afirma Tarso Genro.

Ele acredita que se não há igualdade social, mas sim “uma igualdade de proferir o discurso”, e relembra que, anteriormente, 99% da composição das mesas de debates eram formadas pela elite, que negociava com o grupo dominante os seus interesses.

Na atualidade, por uma necessidade básica, surgiu um novo tipo de relacionamento com as classes populares, “colocando todos no mesmo barco”. Esse novo relacionamento é percebido, prossegue Tarso, com os novos movimentos sociais, “que ainda não foram compreendidos pelos partidos políticos, recebendo atenção apenas em momento eleitoral. Por serem fragmentários, não podem ser instrumentalizados, nem aparelhados”.

Na opinião do ministro, a Cufa agrega, nas periferias, esta diversidade cultural dos novos movimentos sociais, porque “agora não é mais o imaginário dos sindicatos das grandes fábricas modernas, mas é outro imaginário, do movimento Hip Hop, uma sociedade fragmentada que se reúne para discutir as suas necessidades como articuladora com a instância política”.

O ministro relembrou antigas lutas que, segundo ele, mostram a mudança na agenda dos debates políticos. Uma delas foi a política de cotas nas universidades, ferozmente combatida pelos setores reacionários do país, mas que uma vez implantada mostra a sua eficiência como instrumento de inclusão do negro no universo acadêmico, reparando assim uma injustiça histórica.

Tarso Genro finalizou falando que o Pronasci é uma ruptura do paradigma da segurança pública do país, acrescentando que a Cufa é uma importante parceira para o sucesso desta estratégia.

“A Cufa é importante para o Pronasci e para o Brasil”, declara o ministro

terça-feira, 14 de outubro de 2008

RENDA DE FAMÍLIA NEGRA É 50% INFERIOR À DA BRANCA

Segundo Ipea, igualdade de renda domiciliar só deve acontecer em 2029.
Taxa de analfabetismo também é superior entre os pretos e pardos
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Érica Abe
Do G1, em Brasília


Pesquisa divulgada nesta terça-feira (14) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que, apesar de estar em queda, a desigualdade de renda entre as famílias negras/pardas e brancas ainda é de mais de 50%. A análise mostra que a queda só começou a ocorrer em 2001 e que, se permanecer neste ritmo, somente em 2029 o Brasil terá famílias negras e brancas com o mesmo rendimento.

"O grande responsável por essa redução são os programas de transferência de renda, que foram enfatizados no final dos anos 90 e nesta década", analisou o diretor do Instituto, Mário Theodoro.


Segundo ele, 72% dessa melhoria se deve à distribuição da renda generalizada, que teve reflexos entre a população negra. Os 28% restantes são, segundo ele, em função da "mobilidade de renda", ou maior ganho financeiro, que os negros/pardos apresentaram neste período.

O estudo aponta, ainda, que a taxa de analfabetismo entre jovens negros é quase duas vezes superior à taxa entre brancos. Apesar disso, o Ipea considera o dado como positivo, já que em 1997 essa taxa era três vezes superior. Além disso, o Instituto aponta que, em 2007, o Brasil tinha três vezes mais negros freqüentando o ensino médio do que há dez anos. "Apesar do diferencial ainda existir, os negros estão tendo um acesso maior à escolarização, em função de ações como fundos educacionais, entre outros", analisou o diretor de estudos sociais do Ipea, Jorge Abrahão.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

CINEMA PERIFERIA - CINE SESC COM CUFA NO BAIRRO AEROCLUBE MAIOR SUCESSO




CINEMA NA PERIFERIA - CUFA com SESC


Dia 9 de outubro realizou a primeira de muitas futuras sessões do projeto CINEMA NA PERIFERIA - CUFA com SESC, no bairro aeroclube, da cidade Montenegro,/RS. Com a proposta de levar cinema para os bairros, a CUFA e o SESC estarão levando filmes a associações de bairros, escolas, etc.. proporcionando momentos de lazer, instigando o interesse por diferentes formas de arte, formação de público crítico de cinema, apresentação de filmes conceituados que não são comuns nos meios de comunicação convencionais. No horário das 9h e 14h foram apresentados filmes para o público infantil e no horário das 20h, foi para a comunidade em geral, sem limite de idade. Superando as expectativas de público, uma vez que todas as sessões tiveram um grande público , destacamos a sessão das 14 horas lotou completamente o espaço de exibição . A agente de Cultura e Lazer do SESC - MONTENEGRO/RS, Lucimaura Rodrigues, ressaltou o resultado positivo do projeto, pois contemplou uma parcela que não tem acesso a esse tipo de cultura e saudou a chegada da CUFA em Montenegro, deixando o SESC a disposição para futuras parcerias.
A próxima sessão do projeto CINEMA NA PERIFERIA será no bairro Gemano Henke, no final do mês de outubro.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

CINEMA NA PERIFA - CUFA COM SESC


A CUFA/RS - BASE MONTENEGRO em parceria com o SESC MONTENEGRO inicia o seu novo projeto CINEMA NA PERIFA - CUFA COM SESC, dia 09/10, no bairro Aeroclube, que serão duas sessões infantil/infanto juvenil, manhã e tarde e uma sessão adulta com classificação livre a noite.

SESSÃO MANHÃ e TARDE

Minhocas
Animação/brasil/cor/2005/15min
temas: infância, vida familiar, crenças religiosas, educação
indicado a partir dos 4 anos

Junior é uma minhoca criança que está na fase das perguntas sobre alguns assuntos que as minhocas adultas consideram tabu. Para introduzi-lo nas "verdades da vida", seu pai o leva para um passeio revelador.

Direção: Paolo Conti
Roteiro: Paulo de Tarso Domite, Paolo Conti e Arthur Medeiros Nunes
Produção: Joano Lúcia Bocchini e Equipe Animaking
Fotografia: Paulo de Tarso Domite
Animação: Paolo Conti, Hugo Mineo Takahashi e Caio Zilli
Direção de arte: Poli Graciano
Design de personagens: Laurent Cardon
Direção de finalização: Arthur Medeiros Nunes
Música: Daniel Gonçalves Pereira

Velha História
Animação/cor/2003/6min
temas: amizade, solidariedade, poesia, meio ambiente
indicado para todas as idades

Um dia, quando pescava à beira de um rio, um homem pega um peixe. A partir de um gesto de afeto do pescador, os dois desenvolveram uma linda amizade, que é admirada por todos na cidade. A história, feita em animação com massa de modelar, é narrada através do poema de Mário Quintana declamado pelo ator Marco Nanini.

Roteiro e direção: Cláudia Jouvin
Produção: Maria Carneiro da Cunha e Felipe Velloso
Co-produção: Unesa e Vaca Louca
Animação: Cláudia Jouvin e Pedro Luá
Fotografia: Paulo Camacho
Música: Santa Marta
Montagem: Luis Ratts
Narração: Marco Nanini

Uma História de Futebol, ficcção, 21min

O curta conta as histórias da infância do Rei do Futebol. Zuza companheiro de pelada,relembra as façanhas do menino Pelé nos campos de terra de Bauru

SESSÃO NOITE

Tapete Vermelho
Quinzinho mora em uma roça bem distante de qualquer cidade grande. Ele fez recentemente uma promessa ao seu filho Neco, de 10 anos: levar o garoto para assistir a um filme estrelado por Mazzaropi em uma sala de cinema. Desejando cumprir a promessa a qualquer custo, Quinzinho, sua esposa Zulmira, Neco e o burro Policarpo viajam pelas cidades em busca de um cinema que possa exibir o filme.

Ficha Técnica
Título Original: Tapete Vermelho
Gênero: Comédia
Duração: 100 min.
Lançamento (Brasil): 2006
Distribuição: Pandora Filmes
Direção: Luiz Alberto Pereira
Roteiro: Luiz Alberto Pereira e Rosa Nepomuceno
Produção: Ivan Teixeira e Vicente Miceli
Co-produção: LAPFILME Produções Cinematográficas Ltda.
Música: Renato Teixeira
Fotografia: Uli Burtin
Direção de Arte: Chico de Andrade
Figurino: Carol Li e David Parizotti
Edição: Júnior Carone

Elenco
Matheus Nachtergaele (Quinzinho)
Vinícius Miranda (Neco)
Gorete Milagres (Zulmira)
Rosi Campos (Maria)
Aílton Graça (Mané Charreteiro)
Jackson Antunes (Gabriel)
Paulo Betti (Aparício)
Débora Duboc (Sebastiana)
Paulo Goulart (Caminhoneiro)
Cássia Kiss (Tia Malvina)
Cacá Rosset (Dono de cinema)
Yassir Chediak (Seu Renato)
Fernanda Ventura (Benedita)
Manoel Messias (Adão)
André Ceccato (Gumercindo)
Martha Meola (D. Rosa)
Cacá Amaral (Seu Marcolino)
Cid Maomé (Zé Pirambêra)
Delmon Canuto (Alberico)
Duda Mamberti (Turco do armarinho)
José Antônio Nogueira (Ico)
Zé Mulato (Violeiro no Bar do Ico)
Cassiano (Violeiro no Bar do Ico)

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Matéria do Jornal Ibiá - em 01.10.2008


Cufa alerta para o consumo de crack no município

Amanda Fetzner



Para Manoel Soares, a prevenção é a única forma de combater o crack atualmente

"O crack, para mim, não é uma droga, é uma arma química de destruição em massa sem controle". Assim o coordenador da região Sul da Central Única das Favelas (Cufa), Manoel Soares, definiu a substância que está preocupando a comunidade montenegrina. Na noite de ontem, no Espaço Vida Unimed, dezenas de pessoas tiveram a oportunidade de conhecer mais sobre o universo que gira em torno desta droga que se está se propagando no município.

O painel iniciou com apresentação do funcionamento do Centro de Atendimento Psicosocial (CAPS), feito pela coordenadora do órgão, a psicóloga Jaqueline Porto. Em seguida, Manoel tomou a palavra com o intuito de alertar a sociedade sobre a importância de realizar trabalhos de prevenção, contra o ingresso de jovens no mundo das drogas. Para o coordenador, esta é a única forma de combater a propagação do crack.

Manoel afirma que três são os principais motivos que levam alguém a experimentar a droga: a ociosidade, a facilidade com que o tráfico ocorre e o fato de as pessoas ficarem de braços cruzados diante do problema. "A sociedade finge que não vê. A sujeira que tem debaixo do tapete é muito mais profunda."

O coordenador da Cufa já esteve me Montenegro em outras ocasiões. Em uma delas, atuando como repórter, retratou o assassinato de uma moça que foi empalada, há pouco mais de dois anos, provavelmente por causa de uma dívida de crack. Para ele, o crime já representava uma situação crítica referente à droga no município. "Imagina como não está hoje", indagou. "Há meninos abrindo mão de sua masculinidade para comprar crack."

Soda cáustica e solução de bateria
Mostrando fotos produzidas por ele e relatando histórias, Manoel explicou sobre a composição e a ação da substância no cérebro e no corpo dos usuários. O crack é considerado o lixo da cocaína. Em uma análise feita em laboratório, soda cáustica e solução de bateria automotiva foram detectadas na droga. O consumidor aspira a fumaça do crack que, em 12 segundos, já está no cérebro, ativando o centro de prazer e produzindo sensação de euforia.

A psicóloga Jaqueline relatou que, dos 551 pacientes do CAPS, 226 são usuários de crack. Para Manoel, este número deve representar menos de 5% dos consumidores desta droga no município. Ele afirmou que o crack mudou o perfil dos antigos traficantes, buscando principalmente aquelas pessoas que são rejeitadas pelo mercado de trabalho.

Uma pedra de crack, de 24 miligramas, custa R$ 5,00. Um viciado consome, em média, cinco pedras por dia. No total, são R$ 8.400,00 por ano. "Não dá para tratar nossos filhos apenas como crianças, pois os traficantes não os vêem como crianças, mas apenas como consumidor."

A Cufa em Montenegro e no Estado
Coordenada nacionalmente pelo rapper MV Bill, a Cufa iniciou suas atividades oficialmente dia 7 de setembro. Ontem foi uma espécie de inauguração, através do painel com a psicóloga Jaqueline Porto e o coordenador da entidade na região Sul, Manoel Soares.

De acordo com a coordenadora de projetos, Letícia Silva dos Santos, um grupo de seis pessoas está tomando a frente dos trabalhos, mas toda comunidade é convidada a se engajar. A idéia é realizar projetos dentro dos bairros e comunidades oferecendo lazer e formação às crianças e jovens como forma de prevenção ao uso de drogas. Para isso, a Cufa conta com apoio de voluntários, oficineiros e empresas parceiras.

A responsável pelo setor financeiro da entidade, em Montenegro, Amanda Gonçalves, relata que o grupo também vai agir no sentido de buscar recursos para projetos que já existem. Ela cita as iniciativas do MC Pedrão, que é oficineiro. "São idéias boas, mas que precisam ser colocadas no papel. Às vezes há recursos e as pessoas não sabem como buscar."

No estado, existem bases de trabalho da Cufa em Caxias do Sul, Pelotas, Rio Grande, Alvorada e Porto Alegre, sendo que estão se estruturando grupos em Montenegro e São Leopoldo. Porém, a área de mobilização é bem maior, através do circuito Papo reto, no qual Manoel Soares ministra painéis. Mais de 40 municípios e 25.000 jovens já foram atingidos pela iniciativa. "Não viemos trazer a solução, mas nos comprometemos em contribuir pata que haja uma mobilização social que repense soluções."

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

MINISTRO DA JUSTIÇA SAÚDA PARCERIA ULBRA/CUFA-RS





Ministro da Justiça saúda parceria ULBRA/CUFA-RS
Tarso Genro destacou importância da união


A tarde desta quinta-feira (25/09) vai ficar marcada na memória dos moradores do Morro Santa Tereza, em Porto Alegre. Em um evento que contou com a presença do Ministro da Justiça, Tarso Genro, foi inaugurada a sede da Central Única das Favelas (CUFA-RS). A ULBRA, que é parceira da entidade em diversos projetos, foi representada pela pró-reitora de Desenvolvimento Institucional e Comunitário, Marlise Fernandes.

Para o ministro Tarso Genro, a parceria entre a universidade e a sociedade civil organizada é de grande importância para o desenvolvimento de políticas que resgatem os menos favorecidos. “É fundamental esse engajamento da universidade, pois forma uma espécie de corrente de transmissão. Se a universidade não se abrir desse modo, participando efetivamente, perde sua finalidade inicial”, destacou

A Central Única das Favelas é uma organização nacional que surgiu através de reuniões de jovens de várias favelas do Rio de Janeiro – geralmente negros – com o objetivo de conscientizar e elevar a auto-estima das camadas não privilegiadas. Aqui no Estado, é dirigida pelo comunicador Manoel Soares. “Esse espaço (a sede) foi criado para desenvolver tecnologias sociais para combater o crack”, explicou Soares.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

53a. Feira do Livro de Porto Alegre

A CUFA-RS, o Ministério do Turismo e a Universidade Luterana do Brasil promoverão o evento “A Periferia no Centro – Grande Mostra das Periferias”, que indicará o potencial turístico, econômico e cultural de 15 comunidades periféricas da Região Metropolitana de Porto Alegre em uma grande mostra reveladora destas vocações.

A mostra ocorrerá no período de 31 de outubro a 16 de novembro de 2008, durante a realização da Feira do Livro de Porto Alegre, um dos mais importantes eventos turísticos e culturais do Rio Grande do Sul.

O projeto integrará as comunidades periféricas de Canoas, Esteio, Viamão, Guaíba, Alvorada, Gravataí, Cachoeirinha, Sapucaia do Sul, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Montenegro e da própria cidade de Porto Alegre, como a Região das Ilhas (dos Marinheiros, da Pintada e das Flores) e as comunidades do Morro da Cruz e do Buraco Quente.

A iniciativa também prevê a realização de diversas atividades, que se desenvolverão entre setembro e novembro, dentro das 15 comunidades retratadas e no espaço da Feira do Livro. Entre as diversas ações, estão previstos cursos de formação; passeios temáticos; formação de bibliotecas comunitárias temáticas; lançamento de publicações; debates; palestras; exposição fotográfica (fotos dos jovens das favelas do RS, que receberão capacitação através de curso de fotografia); apresentações de espetáculo de teatro, dança e música; produção de documentário; mostra de cinema; e eventos de moda e gastronomia, numa perspectiva redimensionadora da verdadeira vocação das comunidades periféricas.

Com estas ações, almeja-se re-significar a periferia, desmitificando este território e criando novos espaços de trânsito. Busca-se, desta forma, favorecer o incremento do turismo e a inclusão econômica destas comunidades por intermédio da valorização da sua cultura e de seus espaços de convívio e produção.

Na área da Feira do Livro será montado um estande, que centralizará as ações a serem desdobradas nas comunidades participantes, gerando uma interlocução entre o público presente no evento e os moradores destas zonas periféricas. A parceria com a Câmara Riograndense do Livro, entidade organizadora da Feira, favorecerá a formação de 15 bibliotecas comunitárias, uma em cada comunidade. Estes espaços serão constituídos a partir de doações, em um esforço conjunto de todos os parceiros e das comunidades.

terça-feira, 16 de setembro de 2008


EQUIPE CUFA
O Basquete de Rua é uma modalidade esportiva inspirada no Streetball, oriundo das periferias norte-americanas, e na Cultura Hip Hop, movimento de expressão popular baseada em 4 elementos distintos, que vêm ganhando a cada dia mais força em todo o país.

Apesar de possuir os mesmos elementos básicos do Basquetebol “tradicional”, o Basquete de Rua difere-se totalmente; desde as regras do jogo até mesmo o ambiente onde é realizado. Como o próprio nome diz, o Basquete de Rua sempre acontece em locais não convencionais, muitas vezes improvisados em ruas, quadras públicas ou em baixo de viadutos. Forte peculiaridade desta modalidade é a presença da Música Rap tocando durante os embates (influência da Cultura Hip Hop). Porém, o que é fundamentalmente priorizado neste Estilo de jogo é a realização de passes de dribles que “desconsertem” seus adversários, tornando as jogadas mais atraentes e divertidas para os jogadores, bem como para o público que assiste.

Em 2005, a Central Única das Favelas, realizou no Rio de Janeiro, durante um evento de Cultura Hip Hop denominado Hutuz, o primeiro campeonato de Basquete de Rua de expressão nacional. Desde então, em todo o país, esta modalidade vem crescendo, ganhando novos adeptos vindo inclusive do Basquetebol.

Atualmente a Cufa realiza em todo país Seletivas Estaduais de Basquete de Rua e o único Campeonato Brasileiro da modalidade, denominado Liga Brasileira de Basquete de Rua – LIBBRA, consolidando cada vez mais o Basquete de Rua como uma modalidade esportiva de grande sucesso.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

DIMINUI A DESIGUALDADE SOCIAL


Os índices de escolaridade, renda e pobreza da população negra registraram melhoras entre 1996 e 2006, mas as condições de vida continuam inferiores às dos brancos no Brasil. A avaliação é de estudo sobre desigualdade racial e de gêneros divulgado nesta terça-feira (9) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O estudo do Ipea tomou como base dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) lançadas pelo IBGE entre os anos de 1996 e 2006. A designação 'branco' ou 'negro' foi estabelecida segundo autodeclaração dos pesquisados.
Segundo dados do estudo, em 1996, 82,3% dos negros estavam matriculados em etapas do ensino fundamental adequadas à sua idade e apenas 13,4% no ensino médio. Em 2006, essa porcentagem subiu para 94,2% no ensino fundamental e 37,4% no médio. A proporção de negros e negras que estudavam no ensino médio, entretanto, ainda é muito menor que a de brancos - que chegou a 58,4% em 2006.

A renda média do trabalhador negro também cresceu, embora o aumento não seja muito expressivo: o rendimento médio de 2006 foi R$ 19 mais alto que em 1996, ou 3,93%. A queda da diferença entre os dois grupos se deu devido a diminuição dos rendimentos dos homens brancos, que passaram de R$ 1.044,20 a R$ 986,50. Os demais grupos estudados (mulheres brancas e negras e homens negros) tiveram aumentos.

Mesmo com essa alta, a discrepância é grande. Os brancos ainda vivem com quase o dobro da renda mensal per capita dos negros - pouco mais de um salário mínimo a mais.

Outros dados

Outras constatações do estudo mostram que a população negra é menos protegida pela Previdência Social do que os brancos - especialmente no caso da mulher negra - e começa a trabalhar mais cedo para se aposentar mais tarde.
'A renda dos negros é extremamente baixa comparada à dos brancos, e está muito próxima ao valor do salário mínimo', diz o professor Claudio Dedecca, do departamento de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), em São Paulo.

Dedecca explica que a oscilação da renda de negros e brancos teve sinais diferentes entre 1996 e 2006 porque os acréscimos ou decréscimos nos pagamentos têm diferentes origens. 'O comportamento da renda dos brancos é definido por negociação coletiva ou fluxos do mercado de trabalho. Então, nesses últimos 13, 14 anos, acompanhou a queda na renda média da população. Já a dos negros está associada à evolução da política do salário mínimo.'

Além do crescimento dependente das políticas públicas, a evolução da renda entre negros e queda entre os brancos não se refletiu na erradicação da pobreza. Se em 1996 46,7% dos negros eram pobres, o percentual desceu em 2006 para 33,2. Na prática, cerca de 2 milhões de pessoas deixaram a pobreza num período em que a população ganhou mais de 32 milhões de brasileiros. Entre os brancos, o número absoluto de pessoas que deixaram a pobreza foi de cerca de 5 milhões, mesmo a queda em pontos percentuais tendo sido menor - de 21,5% para 14,5%.

Especialistas dedicados à questão da desigualdade racial concordam entre si com a raiz histórica deste vácuo econômico entre brancos e negros. Educação básica deficiente e pouco universalizada, a herança histórica deixada por séculos de escravismo e uma tradição de ocupar empregos de pouco prestígio social estão entre as causas da diferença.


Herança

Para o sociólogo Rogério Baptistini Mendes, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fesp-SP), o fim da escravidão sem a criação de um mercado de trabalho que absorvesse a mão-de-obra negra e herança de concentração fundiária na mão de ricos produtores agrícolas privaram a população negra de acesso a 'mecanismos democráticos de ascensão social, econômica e cultural'.

'A sociedade brasileira foi constituída em três séculos de colonização e quatro de escravidão. Isso gerou uma estrutura de segregação absoluta que foi sendo superada ao longo do século 20, mas não na velocidade necessária para democratizá-la' , explica Baptistini. 'Não temos mecanismos para distribuir a renda. É como se no século 21, ainda vivêssemos em uma sociedade escravocrata. '

O economista Vinícius Garcia, mestre em Economia Social e do Trabalho pela Unicamp, aponta a geografia como outro importante fator para explicar a concentração da pobreza entre os negros. 'No nosso estudo, vimos que a população negra está super-representada nas áreas menos desenvolvidas do país, como no Norte e no Nordeste. E é menos concentrada em regiões como o Sudeste, que tem uma estrutura econômica mais dinâmica', pondera ele.

Diretora de Proteção ao Patrimônio Afro-brasileiro da Fundação Palmares, Bernardete Lopes defende que o estudo do Ipea é importante para provar à sociedade que os preconceitos raciais não foram superados no Brasil. 'Acho que essa pesquisa vai fazer algumas pessoas entenderem quando dizemos que o país precisa de ação afirmativa e precisa de cotas, porque mostra que não vivemos numa democracia racial, e que a discriminação não era pela pobreza, mas sim pela raça e pela cor', afirma.

'É muito doído perceber que, embora o movimento negro tenha conseguido grandes vitórias e o Estado brasileiro hoje esteja preocupado em diminuir as diferenças, elas continuam sendo sempre o dobro', completa Bernardete, referindo-se a distância de quase 50% entre os salários de pessoas que nasceram com cores de pele diferentes.

Fonte: Uol

terça-feira, 9 de setembro de 2008

CUFA/RS NO JORNAL IBIÁ - MONTENEGRO/RS


Núcleo da CUFA lançado em Montenegro

Simone Gasparoni

Durante o concurso, foi lançado em Montenegro um núcleo da Central Única das Favelas (CUFA). A organização foi fundada pelo rapper MV Bill há 11 anos. Nasceu a partir da união entre jovens de várias favelas do Rio de Janeiro, principalmente negros, que buscavam espaços para expressarem suas atitudes, questionamentos ou simplesmente sua vontade de viver.
O coordenador regional da CUFA, na região Sul do país, Manoel Soares, informou que a organização, presente em 27 estados brasileiros, visa mostrar que as periferias existem, apresentam problemas, mas são capazes de promover soluções. "O objetivo da CUFA é organizar as periferias para que elas possam encontrar soluções para os seus próprios problemas. Enquanto todos falam em problemas, nós focamos na solução. A violência não é um problema da periferia e sim da sociedade como um todo", assinalou. Soares declarou que o Rio Grande do Sul camufla a miséria. "Em outras regiões do país, o Estado é visto como uma Europa brasileira", disse.
As ações do núcleo serão direcionadas a educação, esporte, cultura e cidadania. A intenção é criar projetos para conscientizar os jovens a não se envolverem com as drogas. "Temos de criar estratégias para combater o crack, pois Montenegro já sofre com o problema da droga. Dados da Secretaria Estadual da Saúde apontam que o RS tem 60.000 usuários de crack", informou Soares. A CUFA de Montenegro vai estar conectada com os núcleos da organização em todo o país.
A coordenadora geral da CUFA RS, Dinorá Rodrigues, disse que a entidade está desenvolvendo nas escolas estaduais o Circuito Papo Reto, um trabalho com os adolescentes de prevenção às drogas. "É um projeto interessante, que traz desenvolvimento social ao município."
Em Montenegro, o núcleo fará um mapeamento da população de baixa renda para saber quais são suas carências e preocupações e, a partir daí, desenvolver ações educativas. O núcleo ainda não dispõe de uma estrutura física no município, mas quem tiver interesse em saber mais informações pode contatar com Rogério Santos, coordenador local, pelo telefone (51) 84333132.
MATÉRIA PUBLICADA NO JORNAL IBIÁ - MONTENEGRO/RS - 09/09/2008 - EDIÇÃO 3.508

CUFA SOBRE AS ELEIÇÕES 2008


A CUFA - Central Única das Favelas é uma organização social, constituída em rede de trabalho nos 26 estados brasileiros e Distrito Federal.

Através de parcerias com o governo, empresas privadas e outras organizações do terceiro setor é possível realizar ações e projetos voltados à educação, cultura, esporte, cidadania, meio ambiente e geração de renda, que podem melhorar a qualidade de vida dos jovens moradores das favelas e comunidades populares.

Porém, a CUFA não apóia nenhum candidato e partido, apesar de respeitar todos e ter hoje relações próximas e muitos amigos que fazem parte do processo político profissional.

Acreditamos que a forma mais democrática de respeitar a democracia é resguardar a nossa credibilidade e nossa independência, e por isso, se algum político, ainda que amigo e irmão estampar nossa imagem induzindo seus eleitores a crer que somos seus cabos eleitorais, iremos lamentar, mas teremos que desmentir, pois acreditamos que esses mesmos aliados precisam prezar pela forma mais pura de fazer política, o compromisso com a verdade.

E a verdade é: A CUFA APÓIA A DEMOCRACIA E O ÚNICO PARTIDO PARA O QUAL ELA TRABALHA É A FAVELA, SENDO SEUS REAIS CANDIDATOS OS MORADORES DESSES ESPAÇOS FÍSICOS QUE VIVEM EM GRANDE DESVANTAGEM SOCIAL !

Todos que quiserem se comprometer com a nossa verdade, serão sempre nossos parceiros, independente de partido ou movimento político, desde que o intuito seja o de transformar a comunidade e a vida de nossas pessoas que nelas vivem..






Celso Athayde
CUFA - Central Única das Favelas do Brasil
Secretário Geral

Agora é com nós...



Em 07 de setembro, foi lançado em Montenegro o núcleo CUFA, com a presença dos coordenadores da CUFA , Manoel Soares e Dinorá Rodrigues. Organização que está presente em 27 estados brasileiros, visa mostrar que as periferias existem, apresentam problemas, mas são capazes de promover soluções.

As ações do Núcleo serão direcionadas a educação, esporte, cultura e cidadania. A intenção é criar projetos para conscientizar os jovens a não se envolverem com as drogas.

Estamos formando a equipe de trabalho e sempre estaremos de braços aberto a quem vier...

Agora é com nós...