terça-feira, 28 de outubro de 2008

domingo, 26 de outubro de 2008

OFICINA PRONASCI/CUFA RECEBE TARSO GENRO, MINISTRO DA JUSTIÇA





Por Kátia Drumond (Cufa PR) e Alisson Almeida (Cufa RN)

A Cufa recebeu esta manhã a visita do ministro da Justiça, Tarso Genro, que participou do último dia do Encontro Pronasci/Cufa. Celso Athayde apresentou o ministro como “parceiro” da Central Única das Favelas e “fundamental” para a construção do projeto “Os Invisíveis”, que, como o próprio nome indica, visa resgatar uma parcela da sociedade historicamente deixada de lado do processo da cidadania. Segundo Athayde, o momento da Oficina Pronasci/Cufa é a oportunidade de jogar luz nas ações da instituição realizadas nas comunidades.

“Esta oficina tem sido um marco para a nossa instituição. Em toda a minha vida no movimento social nunca tive a oportunidade de passar dias tão emocionantes e importantes como estes vividos aqui em Brasília. Isso se deve à compreensão e entendimento do poder público e da sociedade civil da nossa individualidade e independência enquanto movimento social”.

Celso convidou os coordenadores das Cufas do Ceará e do Amapá, Zezé e Alzira Silva, respectivamente, para falarem sobre os pontos principais do projeto que está sendo construído nesta Oficina Pronasci/Cufa.


Cufa apresenta projeto ao ministro da Justiça

Zezé apresentou a proposta e objetivos do projeto “Os Invisíveis”, situado a partir de uma leitura histórica do desenvolvimento do Brasil enquanto nação e sua configuração atual de sociedade, que se constitui num modelo de exclusão implantado desde o descobrimento, cujo processo foi marcado pelo extermínio das populações indígenas e do tráfico de negros, reproduzido até hoje como sistema de exclusão destas populações na sociedade civil.

“O fato de sermos ex-invisíveis nos credencia a fazer a mediação de acesso do Pronasci com as comunidades aonde o programa vai atuar”, afirma Zezé.

O projeto trata ainda sobre um novo olhar para o comportamento juvenil, como sinalização de promover sua auto-afirmação. “Quando um jovem entra no crime, ele quer ter condições de se auto-afirmar através de uma lógica mais simbólica”, acrescenta Zezé.

O coordenador cearense concluiu sua fala dizendo que “o nosso desafio é construir através deste projeto a aproximação deste jovem invisível”. Zezé explicou que uma das propostas do projeto é construir um prêmio para reconhecer as habilidades dos jovens e, a partir disso, construir uma “visibilidade positiva”, dando, ao mesmo tempo, um enfoque não estigmatizado à sua comunidade.

Alzira classificou o projeto como “um marco”, pois “sintetiza uma técnica social que a Cufa já construiu e desenvolveu ao longo dos seus 10 anos de atividade”. “Agora”, acrescentou, “esta técnica está a serviço do Estado”.

Através deste projeto, a Cufa “traz à cena sujeitos políticos coletivos que sempre estiveram ausentes da cena política brasileira, contribuindo para a mediação de acesso dos jovens aos territórios livres de cidadania”.
Outro conceito importante que norteia o projeto é o da “re-significação do espaço da favela”, atualmente conhecido como espaço do medo, mas que pode vir a ser conhecido pela sua cultura.




O ministro da Justiça, Tarso Genro, falou do significado da Cufa, de sua importância política para o Brasil e da importância deste evento para a estratégia de segurança nacional no Pronasci.

Para contribuir com a nossa reflexão o ministro fez uma breve explanação histórica partindo da constituição de 1988, momento em que vivemos um marco no processo político e que começamos a desenvolver uma revolução democrática do ponto de vista pacífico, que abre a perspectiva de evolução política de novos protagonistas. “Essa não é uma conquista meramente formal e sim uma radicalização da democracia”.

Hoje, as fronteiras econômicas, políticas e culturais estão diluídas pela globalização e não há nenhuma grande questão dos movimentos socias atualmente que não seja também uma questão local, nacional e mundial ao mesmo tempo, afirma Tarso Genro.

Ele acredita que se não há igualdade social, mas sim “uma igualdade de proferir o discurso”, e relembra que, anteriormente, 99% da composição das mesas de debates eram formadas pela elite, que negociava com o grupo dominante os seus interesses.

Na atualidade, por uma necessidade básica, surgiu um novo tipo de relacionamento com as classes populares, “colocando todos no mesmo barco”. Esse novo relacionamento é percebido, prossegue Tarso, com os novos movimentos sociais, “que ainda não foram compreendidos pelos partidos políticos, recebendo atenção apenas em momento eleitoral. Por serem fragmentários, não podem ser instrumentalizados, nem aparelhados”.

Na opinião do ministro, a Cufa agrega, nas periferias, esta diversidade cultural dos novos movimentos sociais, porque “agora não é mais o imaginário dos sindicatos das grandes fábricas modernas, mas é outro imaginário, do movimento Hip Hop, uma sociedade fragmentada que se reúne para discutir as suas necessidades como articuladora com a instância política”.

O ministro relembrou antigas lutas que, segundo ele, mostram a mudança na agenda dos debates políticos. Uma delas foi a política de cotas nas universidades, ferozmente combatida pelos setores reacionários do país, mas que uma vez implantada mostra a sua eficiência como instrumento de inclusão do negro no universo acadêmico, reparando assim uma injustiça histórica.

Tarso Genro finalizou falando que o Pronasci é uma ruptura do paradigma da segurança pública do país, acrescentando que a Cufa é uma importante parceira para o sucesso desta estratégia.

“A Cufa é importante para o Pronasci e para o Brasil”, declara o ministro

terça-feira, 14 de outubro de 2008

RENDA DE FAMÍLIA NEGRA É 50% INFERIOR À DA BRANCA

Segundo Ipea, igualdade de renda domiciliar só deve acontecer em 2029.
Taxa de analfabetismo também é superior entre os pretos e pardos
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Érica Abe
Do G1, em Brasília


Pesquisa divulgada nesta terça-feira (14) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que, apesar de estar em queda, a desigualdade de renda entre as famílias negras/pardas e brancas ainda é de mais de 50%. A análise mostra que a queda só começou a ocorrer em 2001 e que, se permanecer neste ritmo, somente em 2029 o Brasil terá famílias negras e brancas com o mesmo rendimento.

"O grande responsável por essa redução são os programas de transferência de renda, que foram enfatizados no final dos anos 90 e nesta década", analisou o diretor do Instituto, Mário Theodoro.


Segundo ele, 72% dessa melhoria se deve à distribuição da renda generalizada, que teve reflexos entre a população negra. Os 28% restantes são, segundo ele, em função da "mobilidade de renda", ou maior ganho financeiro, que os negros/pardos apresentaram neste período.

O estudo aponta, ainda, que a taxa de analfabetismo entre jovens negros é quase duas vezes superior à taxa entre brancos. Apesar disso, o Ipea considera o dado como positivo, já que em 1997 essa taxa era três vezes superior. Além disso, o Instituto aponta que, em 2007, o Brasil tinha três vezes mais negros freqüentando o ensino médio do que há dez anos. "Apesar do diferencial ainda existir, os negros estão tendo um acesso maior à escolarização, em função de ações como fundos educacionais, entre outros", analisou o diretor de estudos sociais do Ipea, Jorge Abrahão.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

CINEMA PERIFERIA - CINE SESC COM CUFA NO BAIRRO AEROCLUBE MAIOR SUCESSO




CINEMA NA PERIFERIA - CUFA com SESC


Dia 9 de outubro realizou a primeira de muitas futuras sessões do projeto CINEMA NA PERIFERIA - CUFA com SESC, no bairro aeroclube, da cidade Montenegro,/RS. Com a proposta de levar cinema para os bairros, a CUFA e o SESC estarão levando filmes a associações de bairros, escolas, etc.. proporcionando momentos de lazer, instigando o interesse por diferentes formas de arte, formação de público crítico de cinema, apresentação de filmes conceituados que não são comuns nos meios de comunicação convencionais. No horário das 9h e 14h foram apresentados filmes para o público infantil e no horário das 20h, foi para a comunidade em geral, sem limite de idade. Superando as expectativas de público, uma vez que todas as sessões tiveram um grande público , destacamos a sessão das 14 horas lotou completamente o espaço de exibição . A agente de Cultura e Lazer do SESC - MONTENEGRO/RS, Lucimaura Rodrigues, ressaltou o resultado positivo do projeto, pois contemplou uma parcela que não tem acesso a esse tipo de cultura e saudou a chegada da CUFA em Montenegro, deixando o SESC a disposição para futuras parcerias.
A próxima sessão do projeto CINEMA NA PERIFERIA será no bairro Gemano Henke, no final do mês de outubro.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

CINEMA NA PERIFA - CUFA COM SESC


A CUFA/RS - BASE MONTENEGRO em parceria com o SESC MONTENEGRO inicia o seu novo projeto CINEMA NA PERIFA - CUFA COM SESC, dia 09/10, no bairro Aeroclube, que serão duas sessões infantil/infanto juvenil, manhã e tarde e uma sessão adulta com classificação livre a noite.

SESSÃO MANHÃ e TARDE

Minhocas
Animação/brasil/cor/2005/15min
temas: infância, vida familiar, crenças religiosas, educação
indicado a partir dos 4 anos

Junior é uma minhoca criança que está na fase das perguntas sobre alguns assuntos que as minhocas adultas consideram tabu. Para introduzi-lo nas "verdades da vida", seu pai o leva para um passeio revelador.

Direção: Paolo Conti
Roteiro: Paulo de Tarso Domite, Paolo Conti e Arthur Medeiros Nunes
Produção: Joano Lúcia Bocchini e Equipe Animaking
Fotografia: Paulo de Tarso Domite
Animação: Paolo Conti, Hugo Mineo Takahashi e Caio Zilli
Direção de arte: Poli Graciano
Design de personagens: Laurent Cardon
Direção de finalização: Arthur Medeiros Nunes
Música: Daniel Gonçalves Pereira

Velha História
Animação/cor/2003/6min
temas: amizade, solidariedade, poesia, meio ambiente
indicado para todas as idades

Um dia, quando pescava à beira de um rio, um homem pega um peixe. A partir de um gesto de afeto do pescador, os dois desenvolveram uma linda amizade, que é admirada por todos na cidade. A história, feita em animação com massa de modelar, é narrada através do poema de Mário Quintana declamado pelo ator Marco Nanini.

Roteiro e direção: Cláudia Jouvin
Produção: Maria Carneiro da Cunha e Felipe Velloso
Co-produção: Unesa e Vaca Louca
Animação: Cláudia Jouvin e Pedro Luá
Fotografia: Paulo Camacho
Música: Santa Marta
Montagem: Luis Ratts
Narração: Marco Nanini

Uma História de Futebol, ficcção, 21min

O curta conta as histórias da infância do Rei do Futebol. Zuza companheiro de pelada,relembra as façanhas do menino Pelé nos campos de terra de Bauru

SESSÃO NOITE

Tapete Vermelho
Quinzinho mora em uma roça bem distante de qualquer cidade grande. Ele fez recentemente uma promessa ao seu filho Neco, de 10 anos: levar o garoto para assistir a um filme estrelado por Mazzaropi em uma sala de cinema. Desejando cumprir a promessa a qualquer custo, Quinzinho, sua esposa Zulmira, Neco e o burro Policarpo viajam pelas cidades em busca de um cinema que possa exibir o filme.

Ficha Técnica
Título Original: Tapete Vermelho
Gênero: Comédia
Duração: 100 min.
Lançamento (Brasil): 2006
Distribuição: Pandora Filmes
Direção: Luiz Alberto Pereira
Roteiro: Luiz Alberto Pereira e Rosa Nepomuceno
Produção: Ivan Teixeira e Vicente Miceli
Co-produção: LAPFILME Produções Cinematográficas Ltda.
Música: Renato Teixeira
Fotografia: Uli Burtin
Direção de Arte: Chico de Andrade
Figurino: Carol Li e David Parizotti
Edição: Júnior Carone

Elenco
Matheus Nachtergaele (Quinzinho)
Vinícius Miranda (Neco)
Gorete Milagres (Zulmira)
Rosi Campos (Maria)
Aílton Graça (Mané Charreteiro)
Jackson Antunes (Gabriel)
Paulo Betti (Aparício)
Débora Duboc (Sebastiana)
Paulo Goulart (Caminhoneiro)
Cássia Kiss (Tia Malvina)
Cacá Rosset (Dono de cinema)
Yassir Chediak (Seu Renato)
Fernanda Ventura (Benedita)
Manoel Messias (Adão)
André Ceccato (Gumercindo)
Martha Meola (D. Rosa)
Cacá Amaral (Seu Marcolino)
Cid Maomé (Zé Pirambêra)
Delmon Canuto (Alberico)
Duda Mamberti (Turco do armarinho)
José Antônio Nogueira (Ico)
Zé Mulato (Violeiro no Bar do Ico)
Cassiano (Violeiro no Bar do Ico)

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Matéria do Jornal Ibiá - em 01.10.2008


Cufa alerta para o consumo de crack no município

Amanda Fetzner



Para Manoel Soares, a prevenção é a única forma de combater o crack atualmente

"O crack, para mim, não é uma droga, é uma arma química de destruição em massa sem controle". Assim o coordenador da região Sul da Central Única das Favelas (Cufa), Manoel Soares, definiu a substância que está preocupando a comunidade montenegrina. Na noite de ontem, no Espaço Vida Unimed, dezenas de pessoas tiveram a oportunidade de conhecer mais sobre o universo que gira em torno desta droga que se está se propagando no município.

O painel iniciou com apresentação do funcionamento do Centro de Atendimento Psicosocial (CAPS), feito pela coordenadora do órgão, a psicóloga Jaqueline Porto. Em seguida, Manoel tomou a palavra com o intuito de alertar a sociedade sobre a importância de realizar trabalhos de prevenção, contra o ingresso de jovens no mundo das drogas. Para o coordenador, esta é a única forma de combater a propagação do crack.

Manoel afirma que três são os principais motivos que levam alguém a experimentar a droga: a ociosidade, a facilidade com que o tráfico ocorre e o fato de as pessoas ficarem de braços cruzados diante do problema. "A sociedade finge que não vê. A sujeira que tem debaixo do tapete é muito mais profunda."

O coordenador da Cufa já esteve me Montenegro em outras ocasiões. Em uma delas, atuando como repórter, retratou o assassinato de uma moça que foi empalada, há pouco mais de dois anos, provavelmente por causa de uma dívida de crack. Para ele, o crime já representava uma situação crítica referente à droga no município. "Imagina como não está hoje", indagou. "Há meninos abrindo mão de sua masculinidade para comprar crack."

Soda cáustica e solução de bateria
Mostrando fotos produzidas por ele e relatando histórias, Manoel explicou sobre a composição e a ação da substância no cérebro e no corpo dos usuários. O crack é considerado o lixo da cocaína. Em uma análise feita em laboratório, soda cáustica e solução de bateria automotiva foram detectadas na droga. O consumidor aspira a fumaça do crack que, em 12 segundos, já está no cérebro, ativando o centro de prazer e produzindo sensação de euforia.

A psicóloga Jaqueline relatou que, dos 551 pacientes do CAPS, 226 são usuários de crack. Para Manoel, este número deve representar menos de 5% dos consumidores desta droga no município. Ele afirmou que o crack mudou o perfil dos antigos traficantes, buscando principalmente aquelas pessoas que são rejeitadas pelo mercado de trabalho.

Uma pedra de crack, de 24 miligramas, custa R$ 5,00. Um viciado consome, em média, cinco pedras por dia. No total, são R$ 8.400,00 por ano. "Não dá para tratar nossos filhos apenas como crianças, pois os traficantes não os vêem como crianças, mas apenas como consumidor."

A Cufa em Montenegro e no Estado
Coordenada nacionalmente pelo rapper MV Bill, a Cufa iniciou suas atividades oficialmente dia 7 de setembro. Ontem foi uma espécie de inauguração, através do painel com a psicóloga Jaqueline Porto e o coordenador da entidade na região Sul, Manoel Soares.

De acordo com a coordenadora de projetos, Letícia Silva dos Santos, um grupo de seis pessoas está tomando a frente dos trabalhos, mas toda comunidade é convidada a se engajar. A idéia é realizar projetos dentro dos bairros e comunidades oferecendo lazer e formação às crianças e jovens como forma de prevenção ao uso de drogas. Para isso, a Cufa conta com apoio de voluntários, oficineiros e empresas parceiras.

A responsável pelo setor financeiro da entidade, em Montenegro, Amanda Gonçalves, relata que o grupo também vai agir no sentido de buscar recursos para projetos que já existem. Ela cita as iniciativas do MC Pedrão, que é oficineiro. "São idéias boas, mas que precisam ser colocadas no papel. Às vezes há recursos e as pessoas não sabem como buscar."

No estado, existem bases de trabalho da Cufa em Caxias do Sul, Pelotas, Rio Grande, Alvorada e Porto Alegre, sendo que estão se estruturando grupos em Montenegro e São Leopoldo. Porém, a área de mobilização é bem maior, através do circuito Papo reto, no qual Manoel Soares ministra painéis. Mais de 40 municípios e 25.000 jovens já foram atingidos pela iniciativa. "Não viemos trazer a solução, mas nos comprometemos em contribuir pata que haja uma mobilização social que repense soluções."