terça-feira, 29 de março de 2011

Lançamento do livro de 10 anos da CUFA e CUFA Filmes



A CUFA - Central Única das Favelas - Realizou uma grande festa em Madureira para dois importantes lançamentos da história da instituição. Um foi a mais nova Produtora do mercado audiovisual a Cufa Filmes e outro o Livro que conta 10 Anos da História da Cufa.
O grande homenageado da noite foi o Cineasta Caca Diegues que teve uma pagina do livro dedicada a ele, como forma de reconhecimento e admiração a parceria do cineasta com a Central que a vários anos.
A festa contou com presenças ilustres, como o Ator Marcos Frota, Ricardo Macieira, Edson Santos, Chaim Litewski (ONU), Mario Diamante (ANCINE), Dj Marlboro, entre outros.
A festa teve a apresentação da cantora Nega Gizza acompanhada do o Rapper MV Bill, ambos fazem parte do grupo de fundadores da Cufa.
Em uma noite de muita musica e alegria Celso Athayde ficou até o final distribuindo autógrafos no livro o qual cada convidado levou o seu pra casa.

sábado, 26 de março de 2011

COLUNA JORNAL O PROGRESSO - DIA INTERNACIONAL DE LUTA PELA ELIMINAÇÃO DA DISCRIMINAÇÃO RACIAL - 25.11.2011


fOTO DA TURMA DE QUINTA SÉRIE DA ESCOLA YARA GAIA - PROFESSORA MARTA UTZIG

Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial

Na cidade de Johanesburgo, capital da África do Sul, 20 mil negros protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam circular. No bairro de Shaperville, os manifestantes se depararam com tropas do exército. Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exército atirou sobre a multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186. Esta ação ficou conhecida como o Massacre de Shaperville. Em memória à tragédia, a ONU – Organização das Nações Unidas – instituiu 21 de março como o dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. E segundo o artigo I da declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial diz:

“Discriminação Racial significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública.
Calma gente, isso é a teoria, pois na prática, está difícil; tem pessoas que me acham radical nesta questão, que o Brasil é um país que apresenta uma democracia racial, mas o deputado federal Júlio Campos (DEM-MT) provocou constrangimento na reunião da bancada do partido na Câmara nesta terça-feira (22) ao chamar de “moreno escuro” (difícil de aceitar) o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa (a saber, o único negro do Supremo). “Essa história de foro privilegiado não dá em nada. O nosso Ronaldo Cunha Lima [ex-deputado e ex-governador da Paraíba] precisou ter a coragem de renunciar ao cargo para não sair daqui algemado, e, depois, você cai nas mãos daquele moreno escuro lá no Supremo, Aí, já viu”, afirmou Campos. E viva a democracia do racismo velado.
E olha que estou vindo de alguns contatos super bacanas com alunos das escolas A.J.RENNER, YARA GAIA, LA SALLE (Canoas) e coordenação pedagógica do São João Batista, onde tive trocas de experiências fantásticas sobre a discriminação racial; e fui questionado por uma amiga se teria algum resultado, pois nesses lugares citados e a platéia seja majoritariamente de jovens não-pretos, acho que a mensagem não é invalidada. E acho que, de alguma forma, ela continua sendo assimilada, se a gente tiver, no futuro, jovens brancos dessas mesmas classes que já são dominantes, mas jovens que ainda vão assumir o poder. Como negros, teremos ainda mais duas ou três gerações pra poder ter um número de pessoas que possam concorrer com as mesmas oportunidades. Debatendo os problemas sociais estaremos dando um grande passo. Se eles forem ocupar esses cargos mais uma vez, que são heranças de seus pais, e nessa ocupação eles tiverem um pouquinho de consciência social, racial, dá diferença de renda que nosso país tem, a gente pode ter, pelo menos, pessoas mais humanas, que podem fazer com que a riqueza seja distribuída de outra maneira.
Estou sendo radical? Está surpreso? Mas vou dizer só se surpreende com o racismo quem tá alheio a ele, quem tá pisando nas nuvens. Mas pra quem vive a realidade diária, que tá com esse assunto em pauta, não vive uma paranóia achando que tá sendo discriminado, mas tá escolado quanto a isso. Não se espanta quando vê. Eu achava que, antigamente, racismo era falta de educação. Não é. É um troço que tá na veia, é um sentimento. Passado de pai para filho e quanto a isso, não tem nem o que mudar. Modifiquei muito o que acreditava tempos atrás, que a gente deveria pedir mais respeito das pessoas brancas, pedir mais oportunidade. Eu peço poder pros pretos. Peço a você que é preto vá estudar, vá fazer faculdade, pós, mestrado, doutorado.. se forme, ocupem espaço de destaque, só assim você vai fazer a revolução. Entenda a tua evolução que é a nossa revolução em conjunto. Essa idéia não é minha, mas são de negros que estão tentando revolucionar como o Lázaro Ramos (que está fazendo um papel de galã na novela da globo, onde está sendo criticado pelo papel de machista que interpreta, se fosse o Zé Maia, estaria tudo certo), Roberta Rodrigues, Mano Brown, Celso Athayde, Negga Gizza, Linha Dura, Bill e muitos outros. Não relaxe, pois o racismo está muito mais forte que pensamos.
Essa coluna dedico ao saudoso Roberto dos Santos (pioneiro na questão racial em Montenegro, a professora Elisabeth Gonçalves, ao meu filho Matheus (que sofre demais o racismo), a Vera Quadros e aos professores de Montenegro que estão engajados a mudar essa triste história.

CUFA MONTENEGRO NA JORNADA CONTRA O CRACK



A base local da CUFA esteve representada pelos ativistas Taís Engel, MC Pedrão e Rogério Santos no Projeto Jornada Preventiva que movimentou o Viaduto Imperatriz Dona Leopoldina no centro da capital e quem passou por lá.

O projeto apoiado pela Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, através da Campanha Crack Nem Pensar, chamou a atenção de crianças e adolescentes de escolas públicas e centenas de pedestres que circulam diariamente pelo local.

Com objetivo de levar informação sobre a prevenção as drogas em especial o crack, a CUFA Rio Grande do Sul utilizou a cultura e os esportes, com oficinas e apresentações, mostrando que há diversos caminhos para fazer a transformação e inclusão social.


Nesses dias de atividades, os alunos puderam participar de oficinas de Capoeira, Basquete de rua, artesanato, judô e teatro. Contou com várias apresentações, entre elas, as da Banda Hiroshima e Banda Mirim da Escola de Samba Império Serrano, de Guaíba; do grupo de teatro da Base da Cufa, do Morro Santa Tereza de Porto Alegre; projeto de boxe da Base da cidade Rio Grande/RS; shows de grupos de hip hop.

quarta-feira, 23 de março de 2011

CUFA MONTENEGRO/RS RECEBE A DEPUTADA FEDERAL MANUELA D´AVILA



Rogério Santos (Coordenador Executivo de Montenegro), Manuela D'Avila (Deputada Federal), MC Pedrão (Coordenador de HipHop CUFA Montenegro) e Thaís Engel (Coordenadora de Projetos)


Em comemoração ao dia internacional da mulher, a deputada federal Manuela d`Ávila esteve em Montenegro, para uma palestra sobre o papel da mulher na sociedade.

Na oportunidade, Manuela que também é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, recebeu Rogério dos Santos (Coordenador Executivo da CUFA Montenegro), Pedro José da Silva (Coordenador de Hip Hop) e Taís Engel (Coordenadora de Projetos) para conhecer os projetos da CUFA no município e propor parcerias para a realização de ações com a juventude que vive nas periferias.

Manuela, aceitou a proposta e sugeriu também que fossem abordados os temas de saúde, educação e espaço urbano nos encontros.

“Nosso mandato é voltado para os cidadãos e aberto ao diálogo e às propostas. Penso que para construirmos um futuro melhor, é preciso debater o presente”, enfatizou Manuela.

segunda-feira, 7 de março de 2011

PARABÉNS MULHERES



Do direito das mulheres negras se sentirem mulheres

Há cerca de duas semanas, cortei curtinho meu cabelo. O cabelo, aliás, me surpreende a cada dia com sua capacidade de revelar e provocar. Foi o que aconteceu desta vez.Por onde eu andava, cabeças masculinas e femininas se viravam para ver meu cabelo. A princípio, pensei comigo mesma: o que foi que eu fiz? Sentia-me menos mulher e ao mesmo tempo pensava: agora preciso me vestir com muita feminilidade, pois com este cabelo curto, posso passar por homem. De repente me vi numa loja de 1.99 em meio a tic tacs, lacinhos, brincos coloridos e outras coisas. Na ânsia de mostrar o quão feminina era, tornei-me mais feminina mesmo. Em atos e palavras. Por que isso não tinha acontecido antes? Com meu cabelo crespo e curto, recebi muitos olhares de reprovação, riso, espanto. Além de crespo, ainda curto! Pasmem! Comentei com meu cabeleireiro (Jair Vip’s, um beijo!) que “mulher de cabelo curto sofre preconceito” e ele ficou espantado!
Aos poucos, fui me acostumando e aprendendo a ‘dominar’ o meu curtinho, de modo que ele parecesse ao mesmo tempo, natural e bem cuidado. Engraçado, é só a gente começar a se achar bonita que as pessoas em volta fazem coro! O contrário também acontece, claro. Quer que os outros falem bem de você? Comece a falar bem de você. E isso não pode ser do tipo “Eu sou o máximo”, mas do tipo “ Nós podemos ser o máximo juntos”. Piegas né? Não consegui pensar em nada melhor. rs. Enfim.
O meu cabelo curtinho me obrigou a pensar mais em minha feminilidade. E isso se deu ainda somado ao fato de ele ser crespo. Isto é, geralmente, os homens negros utilizam o cabelo raspado e as mulheres alisado. Portanto, o fato de eu ser negra não me ajudava muito mesmo. Mas se tem uma coisa que eu gosto é de chamar a atenção para o meu cabelo! Sério. Quando meu cabelo não chama a atenção, eu acho que ele não cumpriu seu papel, que é o de ser mensageiro de algo positivo sobre a negritude. Enfim. Tal como ocorreu há muitos anos com o meu penteado rastafári, o curto que a princípio parecera ‘feio’ e ‘masculino’ se revelou, na verdade, versátil, irreverente, delicado e feminino!
Mas a meu ver, isso só aconteceu porque era crespo, e porque eu sou negra, e sou mulher. Muitos papéis, significados, lugares, atitudes a tomar... Para pra pensar: se a mulher branca (ou não negra) já tem problemas, pensa na negra. Pensa. Então, por isso quando vejo uma mulher negra se destacando, não sei da vida íntima dela, mas imagino que deva ter enfrentado alguns obstáculos que poderiam ter sido evitados se o País fosse menos racista, machista etc.
Por isso, neste 8 de Março, um abraço especial a todas as mulheres pretas (negras, pardas, índias, gordinhas, baixinhas, comuns) do Brasil. Vocês são foda.
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