sexta-feira, 3 de junho de 2011

DIÁLOGOS COM MULHERES DAS FAVELAS E DAS PERIFERIAS







1. Objetivo geral

Objetivo de debater e propor ações de políticas públicas para as mulheres das periferias dentro dos temas: políticas públicas, segurança e violência, saúde e economia voltada às mesmas.


2. A Central Única de Favelas

A Central Única das Favelas/CUFA é uma organização nacional formada a partir das reuniões entre os jovens de várias favelas do Rio de Janeiro – geralmente negros e pertencentes ao movimento hip hop –, que buscavam espaço na cidade para expressar suas atitudes e questionamentos. Como resultado dos primeiros encontros, eles descobriram que juntos poderiam se organizar em torno de um ideal: transformar as favelas por meio dos próprios talentos e potenciais diante de uma sociedade em que a discriminação por causa de cor, classe social e origem ainda não foram superadas. Por essa razão, em 1998, fundaram a CUFA. Inicialmente, a organização teve como manifestação cultural o hip hop, porém tem buscado ainda ampliar e atingir outras formas de expressões, conscientizando e elevando a auto-estima das camadas não privilegiadas por meio de uma linguagem própria.
Um dos diferenciais da CUFA-RS reside no fato de termos pleno domínio sobre as culturas e as linguagens correntes nas favelas urbanas. A dinâmica existente no dialeto das comunidades em situação de exclusão só pode ser compreendida e decodificada por quem faz, intrinsecamente, parte dela.
Isso não significa que façamos apologia à disseminação das gírias; ao contrário, acreditamos que a língua culta, além de reproduzida, deve ser paulatinamente traduzida para a popular de forma inteligível e não simplificada. A simplificação pressupõe que as classes populares são inferiores e acaba reproduzindo assim as relações de dominação em detrimento de sua emancipação. Portanto, democratizar a língua culta é de extrema importância e significância no processo de socialização da população pobre.
Desde a fundação, buscou-se um pólo de produção cultural e inclusão social, desenvolvendo projetos de educação, esportes, profissionalização, cultura, inclusão social nas periferias; sobretudo a partir da criação de CUFAs estaduais, na maior parte do Brasil. Para a realização dos projetos e da manutenção desta rede, conta-se com parcerias de instituições como SENASP, Rede Globo, Ministério da Cultura, Ministério dos Esportes, Ministério do Trabalho, Ministério da Justiça, UNESCO, Consulado Americano, Petrobrás, MTV, entre outras.
A metodologia da organização é baseada no conceito de Fair Trade (trabalho em rede). Hoje, em 27 estados brasileiros e em 12 países, existem unidades da CUFA, totalizando cerca de 80 bases de trabalho nas periferias do Brasil e pelo Mundo.
No Rio Grande do Sul, a Central Única das Favelas foi fundada em novembro de 2005. Em Montenegro, a CUFA-RS/BASE MONTENEGRO iniciou os seus trabalhos em 07 de setembro de 2008, com a missão de contribuir para o desenvolvimento social, econômico e cultural das periferias, através de projetos que valorizem talentos e aptidões individuais e/ou coletivas destinadas prioritariamente a crianças, jovens e mulheres de comunidades periféricas. Este público apresenta alto grau de vulnerabilidade psicossocial, principalmente por seu envolvimento ou proximidade com a violência gerada pelo tráfico de drogas.
Contudo a CUFA, seja em nível nacional ou local, não se preocupa exclusivamente com as mazelas sociais que atingem as periferias; a questão da drogadição, tema central desta campanha, por exemplo, perpassa as categorias econômicas e atinge a sociedade como um todo. A CUFA acredita que somente unindo esforços e agregando todos os setores da sociedade é que poderemos erradicar os problemas que atingem a mesma.
Atualmente, a CUFA-RS/BASE MONTENEGRO possui projetos nas áreas de esporte e cultura, com destaque para a LIIBRA (Liga Internacional de Basquete de Rua), RPB (Rap Popular Brasileiro – festival), Projeto CUFA Ta Na Área (crianças e jovens da periferia de Montenegro), Projeto Maria Maria (Mulheres contra a violência) e Lentes da Periferia (crianças e adolescentes).


3. Justificativa

A CUFA possui como marca o forte poder de articulação em diversas comunidades, de diferentes municípios, em nível federal e estadual. Esta característica só pôde ser alcançada através da participação intensa da própria comunidade na construção e execução de seus projetos. Por vivenciarmos esta realidade, buscamos propiciar um espaço que permita a construção de novos conhecimentos e a troca de experiências, para que estas novas idéias sejam fomentadas pelos participantes em suas comunidades. E com intuito de potencializar e qualificar essas discussões que a CUFA Rio Grande do Sul – CUFA RS está reunindo mulheres líderes, movimentos e militantes sociais de todo RS para o DIÁLOGO COM MULHERES DAS FAVELAS E DAS PERIFERIAS.


4. Temas do Encontro:

I. Política públicas
Participação política: quais são as possibilidades na construção de políticas publicas? Qual a importância da mulher neste contexto? Qual o impacto da participação política (não partidária) das mulheres?
• "Mulheres Mil", programa de capacitação e inserção das trabalhadoras no mercado.
Convidados: Márcia Santana (Secretária Estadual das Mulheres), Manuela DÁvila (Deputada Federal), Silvana Covatti (deputada estadual),Ivanete Pereira (Coordenadora da CUFA POA), Representantes da Secretaria Nacional das MulheresII.

Rede de proteção a violência:

• Segurança e combate à violência: como agir diante desta questão? Rede de proteção a violência das mulheres (lei da Maria da Penha)
• Situações de risco (atuação do ministério público, poder judiciário, polícia civil e militar); junto a isso o aumento do número das mulheres envolvidas no tráfico

Convidados: Graziela Lorenzoni (Promotora), Yara Regina Stockmanns (Diretora de Promoção de Políticas de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher do Estado); Tâmara Soares (Diretora de Direitos Humanos e Cidadania da SJDH) ; Brigada Militar e Polícia Civil.

III. Saúde:

• Rede de atendimento,
• ESF
• Tratamento a dependência química
• Como conseguir exames especializados;

Convidados: Ana Rodrigues (Secretária Municipal da Saúde), Tatiana Furtado (Psicóloga e coordenadora da comunidade Terapêutica Recreo – Fazenda Elis Regina), Dra Suzana da Coordenadoria Regional da Saúde.

IV. Trabalho e Renda:

• Papel da mulher na geração de renda e na economia nas favelas? Apresentar iniciativas, projetos e estratégias para estimular esta prática.
Convidados: Lívia Zanchetti (Psicóloga do CRAS), Dinorá Rodrigues, (Coordenadora Administrativa CUFA RS) ; Stela Farias (Secretária da Administração), Rita Patussi.


5. Informações do evento:

• Data: 11 de junho 2011, sábado
• Local: Complexo da Estação da Cultura – Rua Oswaldo Aranha, Sn – Bairro Ferroviário - Montenegro -RS
• Horário: 08h00 as 18h00
• Público: Lideranças e organizações comunitárias, parlamentares e dirigentes governamentais
• Entrada Gratuita
• Inscrições: cufamontenegro.rs@gmail.com


6. Desenho e funcionamento
O Encontro terá painéis de discussão com duração de 15min cada e espaço para perguntas.


7. Programação:

08:00 Recepção e cadastramento
08:30 Abertura oficial com a homenagem a dona Ivanete Pereira (CUFA RS) e a professora Janete Lencina (Diretora da Escola Municipal Esperança – Montenegro/RS)
09:30 Política para mulheres
12:00 Intervalo de almoço
13:30 Rede de proteção a violência das mulheres
15:10 Saúde
16:10 Coffee Break
16:30 Trabalho (emprego e renda, formação profissional, empreendedorismo)
17:30 Conclusões finais

Dia 11/06 ocorrerá ação na Fazenda Elis Regina
(comunidade de tratamento de dependência química de mulheres)

CUFA fecha parceria nacional com Ministério da Saúde de ação contra o crack


CUFA (Central Única das Favelas) fechou parceria Nacional com o Ministério da Saúde de mobilização, prevenção e campanha sobre crack em todos os estados da federação. A Instituição entende que esta droga é caso de saúde pública, ou melhor, segurança nacional, ela vem destruindo a vida de pessoas de todas as idades, causando transtornos sem medidas.

Assista o vídeo onde Dilma Rousseff, agora Presidenta da Republica, declara que a paternidade do Programa Nacional Anti Drogas do Governo federal é da CUFA, no link: http://www.cufa.org.br/in.php?id=2011/mat11_011

domingo, 15 de maio de 2011

DIA 11 DE JUNHO DIÁLOGO DAS MULHERES DAS FAVELAS E DAS PERIFERIAS POBRES


Ivanete Pereira, coordenadora da CUFA e a Secretária Estadual da Mulheres RS, Márcia Santana, estarão no evento em Montenegro


Prezados amaigos
Vimos, por meio deste, transmitir-lhe CONVITE para a realização dos DIÁLOGOS COM MULHERES DAS FAVELAS E DAS PERIFERIAS.

A Central Única das Favelas do Rio Grande do Sul – CUFA RS é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP, atuante nas comunidades gaúchas há mais de 6 (seis) anos, estimulando e criando ferramentas e tecnologias sociais capazes de promover desenvolvimento e inclusão social.

Com objetivo de debater e propor ações de políticas públicas voltadas às mulheres das favelas e das periferias pobres, no Complexo da Estação Cultura, em Montenegro/RS. O encontro visa reunir representantes de periferias, lideranças e movimentos sociais de todo o estado do Rio Grande do Sul no período das 08h00 às 18h00, no dia 11 de junho de 2012.

O Encontro está dividido em 04 eixos temáticos:

I. Políticas públicas: (Manhã)
. Participação política das mulheres das favelas e periferias: quais são as possibilidades? (cidadania, ideologias, relações com agentes políticos, limites entre vender/explorar a comunidade e alcançar objetivos);
• Quais políticas para mulheres chegam integralmente nas favelas e nas periferias;
• "Mulheres Mil", programa de capacitação e inserção das trabalhadoras no mercado.



II. Rede de proteção a violência:(Tarde)

• Segurança e combate à violência: como agir diante desta questão?
• Rede de proteção a violência das mulheres (lei da Maria da Penha)
• Situações de riscos, atuação do ministério público, poder judiciário, polícia civil e militar; junto a isso o aumento do número das mulheres envolvidas no tráfico


III. Saúde:(Tarde)

• Rede de atendimento,
• ESF
• Tratamento a dependência química
• Como conseguir exames especializados;



IV Trabalho e Renda:(Tarde)

• Emprego e renda, formação profissional, empreendedorismo
• A favela também possui sua importância na manutenção da economia, mas não sustenta seu desenvolvimento social. Por quê? Apresentar iniciativas, projetos e estratégias para mudar esta realidade.
• Micros seguros – Nova Economia na Favela


Assim, temos a honra de convidá-lo para participar do DIÁLOGOS DAS MULHERES DAS FAVELAS E PERIFERIAS POBRES RS.

Atenciosamente,

Rogério Santos
Coordenador Municipal CUFA RS – CEL 051-84401266



OBS: FAVOR CONFIRMAR SUA PRESENÇA OU SEU REPRESENTADO ATÉ O DIA 06.06.2011, UMA VEZ QUE O NÚMERO DE PARTICIPANTES É LIMITADO.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

PREPARAÇÃO PARA O ENCONTRO DIÁLOGOS COM MULHERES DAS FAVELAS E DAS PERIFERIAS POBRES


Ivanete Pereira dos Santos que será homenageada junto com a coordenadora de projetos CUFA - Montenegro/RS, Taís Engel Araújo

Estação da Cultura - Montenegro RS

os coordenadores Taís, Rogério, Amanda e Dany verificando os espaços da Estação Cultura


Com várias reuniões já realizadas, a Coordenação da CUFA MONTENEGRO/RS , fechou a data para realizar o encontro: DIÁLOGOS COM AS MULHERES DAS FAVELAS E DAS PERIFERIAS POBRES, que será no dia 11 de junho de 2012, no complexo Estação da Cultura, Montenegro, RS. A programação está sendo fechada junto com grupo Maria Maria da CUFA e junto a isso, haverá uma homenagem especial a dona Ivanete Pereira dos Santos, a Lady Net.
Maria Maria é um movimento de mulheres da CUFA (Central Única das Favelas). As Marias são mulheres da CUFA nos estados, que além de constituir um projeto coletivo e democrático dentro da instituição, tentam organizar o discurso das mulheres das periferias sobre tudo as jovens, para que elas possam se estimular e participar dos processos de decisão, e ocupação de espaço. O Núcleo Maria Maria de Montenegro/RS está atuando nos Bairro SENAI (Vilas Esperança e Mutirão).
Aguardem maiores informações ou entrem em contato com a CUFA.

terça-feira, 29 de março de 2011

Lançamento do livro de 10 anos da CUFA e CUFA Filmes



A CUFA - Central Única das Favelas - Realizou uma grande festa em Madureira para dois importantes lançamentos da história da instituição. Um foi a mais nova Produtora do mercado audiovisual a Cufa Filmes e outro o Livro que conta 10 Anos da História da Cufa.
O grande homenageado da noite foi o Cineasta Caca Diegues que teve uma pagina do livro dedicada a ele, como forma de reconhecimento e admiração a parceria do cineasta com a Central que a vários anos.
A festa contou com presenças ilustres, como o Ator Marcos Frota, Ricardo Macieira, Edson Santos, Chaim Litewski (ONU), Mario Diamante (ANCINE), Dj Marlboro, entre outros.
A festa teve a apresentação da cantora Nega Gizza acompanhada do o Rapper MV Bill, ambos fazem parte do grupo de fundadores da Cufa.
Em uma noite de muita musica e alegria Celso Athayde ficou até o final distribuindo autógrafos no livro o qual cada convidado levou o seu pra casa.

sábado, 26 de março de 2011

COLUNA JORNAL O PROGRESSO - DIA INTERNACIONAL DE LUTA PELA ELIMINAÇÃO DA DISCRIMINAÇÃO RACIAL - 25.11.2011


fOTO DA TURMA DE QUINTA SÉRIE DA ESCOLA YARA GAIA - PROFESSORA MARTA UTZIG

Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial

Na cidade de Johanesburgo, capital da África do Sul, 20 mil negros protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam circular. No bairro de Shaperville, os manifestantes se depararam com tropas do exército. Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exército atirou sobre a multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186. Esta ação ficou conhecida como o Massacre de Shaperville. Em memória à tragédia, a ONU – Organização das Nações Unidas – instituiu 21 de março como o dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. E segundo o artigo I da declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial diz:

“Discriminação Racial significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública.
Calma gente, isso é a teoria, pois na prática, está difícil; tem pessoas que me acham radical nesta questão, que o Brasil é um país que apresenta uma democracia racial, mas o deputado federal Júlio Campos (DEM-MT) provocou constrangimento na reunião da bancada do partido na Câmara nesta terça-feira (22) ao chamar de “moreno escuro” (difícil de aceitar) o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa (a saber, o único negro do Supremo). “Essa história de foro privilegiado não dá em nada. O nosso Ronaldo Cunha Lima [ex-deputado e ex-governador da Paraíba] precisou ter a coragem de renunciar ao cargo para não sair daqui algemado, e, depois, você cai nas mãos daquele moreno escuro lá no Supremo, Aí, já viu”, afirmou Campos. E viva a democracia do racismo velado.
E olha que estou vindo de alguns contatos super bacanas com alunos das escolas A.J.RENNER, YARA GAIA, LA SALLE (Canoas) e coordenação pedagógica do São João Batista, onde tive trocas de experiências fantásticas sobre a discriminação racial; e fui questionado por uma amiga se teria algum resultado, pois nesses lugares citados e a platéia seja majoritariamente de jovens não-pretos, acho que a mensagem não é invalidada. E acho que, de alguma forma, ela continua sendo assimilada, se a gente tiver, no futuro, jovens brancos dessas mesmas classes que já são dominantes, mas jovens que ainda vão assumir o poder. Como negros, teremos ainda mais duas ou três gerações pra poder ter um número de pessoas que possam concorrer com as mesmas oportunidades. Debatendo os problemas sociais estaremos dando um grande passo. Se eles forem ocupar esses cargos mais uma vez, que são heranças de seus pais, e nessa ocupação eles tiverem um pouquinho de consciência social, racial, dá diferença de renda que nosso país tem, a gente pode ter, pelo menos, pessoas mais humanas, que podem fazer com que a riqueza seja distribuída de outra maneira.
Estou sendo radical? Está surpreso? Mas vou dizer só se surpreende com o racismo quem tá alheio a ele, quem tá pisando nas nuvens. Mas pra quem vive a realidade diária, que tá com esse assunto em pauta, não vive uma paranóia achando que tá sendo discriminado, mas tá escolado quanto a isso. Não se espanta quando vê. Eu achava que, antigamente, racismo era falta de educação. Não é. É um troço que tá na veia, é um sentimento. Passado de pai para filho e quanto a isso, não tem nem o que mudar. Modifiquei muito o que acreditava tempos atrás, que a gente deveria pedir mais respeito das pessoas brancas, pedir mais oportunidade. Eu peço poder pros pretos. Peço a você que é preto vá estudar, vá fazer faculdade, pós, mestrado, doutorado.. se forme, ocupem espaço de destaque, só assim você vai fazer a revolução. Entenda a tua evolução que é a nossa revolução em conjunto. Essa idéia não é minha, mas são de negros que estão tentando revolucionar como o Lázaro Ramos (que está fazendo um papel de galã na novela da globo, onde está sendo criticado pelo papel de machista que interpreta, se fosse o Zé Maia, estaria tudo certo), Roberta Rodrigues, Mano Brown, Celso Athayde, Negga Gizza, Linha Dura, Bill e muitos outros. Não relaxe, pois o racismo está muito mais forte que pensamos.
Essa coluna dedico ao saudoso Roberto dos Santos (pioneiro na questão racial em Montenegro, a professora Elisabeth Gonçalves, ao meu filho Matheus (que sofre demais o racismo), a Vera Quadros e aos professores de Montenegro que estão engajados a mudar essa triste história.

CUFA MONTENEGRO NA JORNADA CONTRA O CRACK



A base local da CUFA esteve representada pelos ativistas Taís Engel, MC Pedrão e Rogério Santos no Projeto Jornada Preventiva que movimentou o Viaduto Imperatriz Dona Leopoldina no centro da capital e quem passou por lá.

O projeto apoiado pela Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, através da Campanha Crack Nem Pensar, chamou a atenção de crianças e adolescentes de escolas públicas e centenas de pedestres que circulam diariamente pelo local.

Com objetivo de levar informação sobre a prevenção as drogas em especial o crack, a CUFA Rio Grande do Sul utilizou a cultura e os esportes, com oficinas e apresentações, mostrando que há diversos caminhos para fazer a transformação e inclusão social.


Nesses dias de atividades, os alunos puderam participar de oficinas de Capoeira, Basquete de rua, artesanato, judô e teatro. Contou com várias apresentações, entre elas, as da Banda Hiroshima e Banda Mirim da Escola de Samba Império Serrano, de Guaíba; do grupo de teatro da Base da Cufa, do Morro Santa Tereza de Porto Alegre; projeto de boxe da Base da cidade Rio Grande/RS; shows de grupos de hip hop.

quarta-feira, 23 de março de 2011

CUFA MONTENEGRO/RS RECEBE A DEPUTADA FEDERAL MANUELA D´AVILA



Rogério Santos (Coordenador Executivo de Montenegro), Manuela D'Avila (Deputada Federal), MC Pedrão (Coordenador de HipHop CUFA Montenegro) e Thaís Engel (Coordenadora de Projetos)


Em comemoração ao dia internacional da mulher, a deputada federal Manuela d`Ávila esteve em Montenegro, para uma palestra sobre o papel da mulher na sociedade.

Na oportunidade, Manuela que também é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, recebeu Rogério dos Santos (Coordenador Executivo da CUFA Montenegro), Pedro José da Silva (Coordenador de Hip Hop) e Taís Engel (Coordenadora de Projetos) para conhecer os projetos da CUFA no município e propor parcerias para a realização de ações com a juventude que vive nas periferias.

Manuela, aceitou a proposta e sugeriu também que fossem abordados os temas de saúde, educação e espaço urbano nos encontros.

“Nosso mandato é voltado para os cidadãos e aberto ao diálogo e às propostas. Penso que para construirmos um futuro melhor, é preciso debater o presente”, enfatizou Manuela.

segunda-feira, 7 de março de 2011

PARABÉNS MULHERES



Do direito das mulheres negras se sentirem mulheres

Há cerca de duas semanas, cortei curtinho meu cabelo. O cabelo, aliás, me surpreende a cada dia com sua capacidade de revelar e provocar. Foi o que aconteceu desta vez.Por onde eu andava, cabeças masculinas e femininas se viravam para ver meu cabelo. A princípio, pensei comigo mesma: o que foi que eu fiz? Sentia-me menos mulher e ao mesmo tempo pensava: agora preciso me vestir com muita feminilidade, pois com este cabelo curto, posso passar por homem. De repente me vi numa loja de 1.99 em meio a tic tacs, lacinhos, brincos coloridos e outras coisas. Na ânsia de mostrar o quão feminina era, tornei-me mais feminina mesmo. Em atos e palavras. Por que isso não tinha acontecido antes? Com meu cabelo crespo e curto, recebi muitos olhares de reprovação, riso, espanto. Além de crespo, ainda curto! Pasmem! Comentei com meu cabeleireiro (Jair Vip’s, um beijo!) que “mulher de cabelo curto sofre preconceito” e ele ficou espantado!
Aos poucos, fui me acostumando e aprendendo a ‘dominar’ o meu curtinho, de modo que ele parecesse ao mesmo tempo, natural e bem cuidado. Engraçado, é só a gente começar a se achar bonita que as pessoas em volta fazem coro! O contrário também acontece, claro. Quer que os outros falem bem de você? Comece a falar bem de você. E isso não pode ser do tipo “Eu sou o máximo”, mas do tipo “ Nós podemos ser o máximo juntos”. Piegas né? Não consegui pensar em nada melhor. rs. Enfim.
O meu cabelo curtinho me obrigou a pensar mais em minha feminilidade. E isso se deu ainda somado ao fato de ele ser crespo. Isto é, geralmente, os homens negros utilizam o cabelo raspado e as mulheres alisado. Portanto, o fato de eu ser negra não me ajudava muito mesmo. Mas se tem uma coisa que eu gosto é de chamar a atenção para o meu cabelo! Sério. Quando meu cabelo não chama a atenção, eu acho que ele não cumpriu seu papel, que é o de ser mensageiro de algo positivo sobre a negritude. Enfim. Tal como ocorreu há muitos anos com o meu penteado rastafári, o curto que a princípio parecera ‘feio’ e ‘masculino’ se revelou, na verdade, versátil, irreverente, delicado e feminino!
Mas a meu ver, isso só aconteceu porque era crespo, e porque eu sou negra, e sou mulher. Muitos papéis, significados, lugares, atitudes a tomar... Para pra pensar: se a mulher branca (ou não negra) já tem problemas, pensa na negra. Pensa. Então, por isso quando vejo uma mulher negra se destacando, não sei da vida íntima dela, mas imagino que deva ter enfrentado alguns obstáculos que poderiam ter sido evitados se o País fosse menos racista, machista etc.
Por isso, neste 8 de Março, um abraço especial a todas as mulheres pretas (negras, pardas, índias, gordinhas, baixinhas, comuns) do Brasil. Vocês são foda.
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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

LULA PARABENIZA CUFA NO FORUM SOCIAL MUNDIAL


Lula, com a camisa da CUFA após apresentação no Fórum Social Mundial.

A CUFA por convite da Petrobrás está participando do Fórum Social Mundial que está acontecendo de 06/02 à 11/02 na cidade de Dakar no Senegal. O representante da CUFA, Manoel Soares nesta segunda feira foi recebido por movimentos sociais locais que lhe apresentaram iniciativas na área de educação e saúde.

Na parte da tarde, a CUFA foi convidada a participar do evento mais esperado desta edição do Fórum, a visita do ex - presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao lado das maiores autoridades africanas Lula destacou a importância de momentos como os vividos em Dakar, pois há 10 anos, relembrou que na cidade de Porto Alegre, participou da primeira edição onde muitos dos problemas discutidos hoje do mundo foram apontados.

Entre suas falas, Lula destacou que os países considerados favelas do mundo, hoje representam soluções e que em menos escala é importante não desconsiderar as nações e comunidades mais pobres, pois produzem conhecimento e cultura.

Quando perguntado sobre movimentos sociais no Brasil, o ex - presidente puxou uma camiseta da CUFA e frente às cameras de todo o mundo, ele disse que iniciativas como estas tem grande importância para o desenvolvimento social. Para concluir, parabenizou as ações da instituição em todo o mundo e reafirma sua admiração ao trabalho realizado nos mais de 12 países do mundo e no Brasil.

domingo, 23 de janeiro de 2011

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

GOL DO SONHO DA RECUPERAÇÃO


EQUIPE DOS CRAQUES: Em pé: Tiago, Cauê, Matheus, Wellinton.
Agachados: Duda, Andrigo, Yuri, Marlon, Betinho e Bruno.


Os craques acompanhando a apresentação dos internos da RECREO


O capitão da seleção brasileira Marlon Bicca se fez presente no evento

O encontro entre futuros jogadores e internos era o sonho de um adolescente de 16 anos. Há três meses no Recreo, ele fez um pedido de Natal ao coordenador da Central Única das Favelas (Cufa) em Montenegro, Rogério Santos. “É algo que nunca tive. Meu sonho era ser jogador”, revelou o garoto.
O encontro entre internos e atletas das categorias de base de Grêmio, Inter e Vasco da Gama, mais alguns jovens do projeto Fera/Riograndense, teve dois palcos. O primeiro foi uma das salas da instituição. Um a um, os internos se apresentaram. Diziam nome, idade e os motivos que os levaram para dentro do Recreo. Sentados, os jovens jogadores escutaram em silêncio. Eram as estrelas disfarçadas de público. A cada “obrigado”, aplaudiam a coragem e a perseverança dos meninos.
Um dos últimos a falar foi Cláudio Santos da Silva. Com a camisa do Inter, uma das paixões que carrega desde a infância, o montenegrino de 37 anos se emocionou ao lembrar do passado. Embargou a voz. Buscou fôlego para afirmar que está ajudando a salvar vidas. “É o mínimo”, suspirou. No fim, encheu o peito para dizer que é estudante de Pedagogia, e que há 11 anos vence seus maiores adversários: o álcool e as drogas. Hoje, tem o apoio da família e a companhia do filho no auxílio aos internos.
Fagner Lopes Pereira, 22 anos, tem uma história parecida com a de Cláudio. Desde os 15 anos usuário de entorpecentes, o porto-alegrense esteve “limpo” entre 2007 e 2008, quando fez tratamento. Achou que estava recuperado. Arranjou emprego numa pizzaria. Recusou o vício uma, duas vezes. Na terceira aceitou. “Achava que tinha controle”, lembra. Há dois meses no Recreo, Fagner quer ajudar os colegas. Sonha em fazer um estágio e trabalhar na instituição. “Está sendo maravilhosa a recuperação. ToDepois da apresentação e dentro de um colete escuro, o time do Recreo entrou em campo como se fosse clube grande. Comandados por Cláudio e Fagner, formaram um círculo para definir as posições e fazer uma reza lembrando a instituição.
Quando a bola rolou, a partida alternou momentos de seriedade com brincadeiras. A equipe formada por Andrigo, Quindin, Marlon e Tiago, jovens promessas do Inter, mais Mamute, do Grêmio, e Eduardo Gehlen, o “Duda”, que atua no Vasco da Gama, saiu na frente. Mas logo o Recreo virou o placar, com gols de Cláudio e Fagner. “Foi o gol mais famoso da minha vida”, brincou Cláudio, após empatar o amistoso.
Era gol lá e cá. E uma imensa alegria em cada jogada. “É bom até para ter conhecimento do mundo que eles estão”, avaliou Duda, que trocou Montenegro pelo Rio de Janeiro no começo deste ano, depois de defender o Fera no Estadual. “As oportunidades que a gente tem, tem que aproveitar.”dos somos capazes, tem é que persistir”, ensina o jovem.