quarta-feira, 29 de abril de 2009

MINISTÉRIO PÚBLICO NA CRUZADA DO MONTENEGRO CONTRA O CRACK





A constatação de que uma chaga social se instala aos poucos no organismo vulnerável das famílias gaúchas fez soar o sinal de alerta nas comunidades. Preocupado em não perder seus filhos para o crack e o consequente caminho da criminalidade, o Rio Grande do Sul começa, gradativamente a se insurgir. Ações em diferentes municípios vêm sendo esboçadas com o objetivo de combater o problema.

É nessa esteira que a Associação do Ministério Pùblico do Estado (AMP/RS) lança, no dia 14 de maio, uma campanha de alerta para o crescimento do consumo da droga
no Rio Grande do Sul, mobilizando a sociedade e instituições para o enfrentamento do problema. A campanha tem entre seus eixos principais o apoio a iniciativas e projetos desenvolvidos com o mesmo objetivo em diversas cidades do Estado. O lançamento será às 17h30min, no Palácio do Ministério Público (Praça Marechal Deodoro, 110, Porto Alegre).

Em Montenegro, no Vale do Caí, o problema começou a ser debatido ainda no final do ano passado, a partir da iniciativa da CUFA. Mas há cerca de dois meses o trabalho ganhou forma e força. Participam do Montenegro Contra o Crack, por exemplo, a Associação Comercial e Industrial do Município, a Central Única das Favelas, o Ministério Público, o Poder Judiciário, a Prefeitura, a Câmara de Vereadores, a Brigada Militar e a Polícia Civil.

O esforço desse grupo fez despertar uma forte mobilização. “Estamos presenciando um caso de engajamento social impressionante. As pessoas estão muito entusiasmadas em poder dar sua parcela de contribuição para esta causa” diz a promotora criminal Graziela Vieira Lorenzoni.

A mobilização se dá, essencialmente, em três frentes: saúde, educação e segurança. Nessa última, o volume de apreensões da droga triplicou, resultado da ação coordenada das polícias, do MP e do Judiciário. Na saúde, há a perspectiva de aumentar o número de leitos hospitalares para o tratamento de dependentes, entre outras iniciativas. “E há um esforço coletivo para a produção de material educativo para capacitar os professores a atuarem como multiplicadores da idéia de rejeição à droga entre os estudantes”, acrescenta a promotora.

O empenho da comunidade também tem o apoio da imprensa local. Os jornais, as emissoras de rádio e de TV reforçam a cada instante a necessidade de combater o mal. “Há uma série de iniciativas. As pessoas procuram fazer um pouco aqui, um pouco ali. Ainda precisamos ajustar o trabalho, mas há muito empenho por aqui”, diz Graziela.

Em Montenegro, uma campanha publicitária deve ser lançada nos próximos dias sobre o tema. E se quiser saber mais sobre essa batalha empreendida pela comunidade montenegrina, existe ainda o site www.montenegrocontraocrack.org. Ali há informações sobre a droga, sobre as iniciativas locais, sobre os objetivos do projeto e um convite implícito a entrar nessa guerra. “Os efeitos aparecem até sobre a economia, uma vez que grandes empresas perdem funcionários treinados, que abandonam o trabalho em função da droga. Isso reforça também na iniciativa privada o interesse em se incorporar a essa luta”, completa Graziela.

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